O Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo vai desenvolver a partir de Março um projecto de avaliação dos arquivos em suporte digital para criar um modelo que assegure a sua futura gestão e salvaguarda. O trabalho é inédito no sector dos arquivos em Portugal.
O novo director do Instituto, Silvestre Lacerda, em entrevista à Lusa, revelou que o projecto de avaliação dos arquivos em suporte digital, que será desenvolvido com a Universidade do Minho, visa determinar a melhor forma de preservar a globalidade dos arquivos e qual o seu impacto económico. O objectivo é “tentar saber, do ponto de vista da gestão de riscos, o que poderá acontecer se não preservarmos os arquivos electrónicos”, uma das questões a que este projecto do Arquivo Digital da Administração Pública pretende dar resposta.
De acordo com Silvestre Lacerda, este trabalho inédito no sector dos arquivos em Portugal de criação de um modelo de preservação estará concluído dentro de um ano e seguirá orientações semelhantes aos arquivos nacionais da Dinamarca, Noruega e Suécia.
Um dos grandes objectivos da nova direcção do Instituto é “perceber que documentação é produzida neste momento em ambiente digital, como é salvaguardada e qual o modelo que deve ser utilizado para a gestão desses arquivos”. Cada sector da administração pública produz documentos electrónicos e “a sua preservação tem sido um pouco descurada. Isto acontece porque não há ainda suficiente ‘know-how’ que tenha colocado uma questão fundamental: Como vamos preservar aquilo que produzimos hoje?”. A pertinência da pergunta ganha um grande peso “se pensarmos na evolução constante do software, as suas constantes novas versões, e, por outro lado, na necessidade de autenticar um documento que deve ser preservado a longo prazo”, justificou.
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