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João Pessoa/PB: Fórum busca soluções em defesa dos recursos naturais e estrutura da Bica
Prefeitura Municipal de João Pessoa
abril/2006
 
Os problemas enfrentados pelo Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica) na atualidade começam pela inexistência de limites. A questão foi levantada durante a 2ª Reunião do Fórum de Defesa daquela reserva natural localizada no bairro de Tambiá, em João Pessoa, promovida pela Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Semam) na terça-feira (25). O evento aconteceu no espaço onde funcionou o restaurante da Bica e contou com a participação de 40 integrantes, entre professores universitários, engenheiros, arquitetos, artistas plásticos, ambientalistas e moradores da área do entorno do Parque. O Fórum foi instalado no dia 28 de março deste ano e tem como objetivo principal, colher da população sugestões que possam ajudar na solução para os inúmeros problemas estruturais surgidos em décadas passadas, que afetam aquela área.

Por ocasião de sua explanação sobre o Diagnóstico Ambiental da Bica, realizado pelos técnicos da Diretoria de Estudos e Projetos da Semam, o secretário executivo do Meio Ambiente, Antonio Augusto de Almeida, chamou a atenção para a necessidade da definição dos limites do Parque, que são imprecisos, segundo ele. "É necessário que sejam definidos os limites e aí possamos restaurar as áreas degradadas. Hoje, a cobertura vegetal é muito inferior à que havia na década passada, por exemplo. Não pretendemos ficar com o que não é nosso, mas é interessante que a administração da Bica possa cuidar das áreas das nascentes; o riacho Tambiá tem nascentes secundárias em áreas que não pertencem ao Parque mas que fazem parte do mesmo ecossistema", lembrou.

Zoológico – Uma das questões discutidas durante a reunião foi a acomodação dos animais que vivem na Bica, critérios que levem em conta desde a espécie até as jaulas e viveiros em que são alojados. "Um urso é um animal que vive bem no nosso clima? E o recinto que foi preparado para ele, favorece à sua sobrevivência"? - indagou a artista plástica e ambientalista, representante da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (APAN), Marlene Almeida. Outros participantes opinaram que a distribuição dos animais pelo Parque é aleatória e um mini-zôo em área específica deverá constar na futura organização espacial da Bica.

Visitação – Um dos pontos abordados durante a reunião do Fórum de Defesa do Parque Zoobotânico Arruda Câmara foi o número de visitantes e a origem dessas pessoas. Edílson Batista, administrador do Parque, informou que somente no ano passado 110 mil pagantes visitaram o local. "Infelizmente não encontramos documentos que registrem a origem desses visitantes, mas essa já é uma providência a ser tomada a partir do Fórum: um formulário em que conste a procedência e o motivo pelo qual a pessoa optou por visitar a Bica", declarou.

Trabalhos acadêmicos – A arquiteta e urbanista Niedja Lemos, dos quadros da Secretaria Municipal de Planejamento e integrante do Fórum, tem um trabalho de pós-graduação sobre o Parque Arruda Câmara. Em sua fala, ela destacou que sua pesquisa foi justamente em cima dos motivos pelos quais as pessoas não deixam de ir à Bica, mesmo encontrando problemas. Segundo ela, as respostas que mais constantes indicam que as pessoas procuram na Bica um espaço tranqüilo para leitura, caminhadas e lazer de crianças.

Outra integrante do Fórum, a professora Wanda Régis, é autora de uma dissertação de Mestrado sobre o Parque cujo título é ' Os Modelos Tridimencionais como Recursos para Conservação do Patrimônio Histórico Ambiental do Parque Zôo Arruda Câmara'. Segundo suas pesquisas, o então prefeito Walfredo Guedes Pereira criou aquela importante área verde no centro da cidade com 43 hectares, que ao longo dos anos foram sendo subtraídos para outros fins e hoje, a Bica conta com 22,39 hectares. Durante sua apresentação, a professora adiantou alguns aspectos sugeridos em seu trabalho, que contemplariam a preservação ambiental, o lazer contemplativo e o lazer ativo, dentro do Parque, além da instalação de um Laboratório de Botânica para os estudos das espécies que compõem a cobertura vegetal, e que teria o apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Plano Diretor – Outro importante objetivo do Fórum é a coleta de opiniões e sugestões que vão subsidiar o vencedor de um concurso público que vai escolher um Plano Diretor para 'gerenciar' a Bica. Segundo o secretário Antonio Augusto de Almeida, o edital para o concurso deverá sair em junho próximo. "Será um concurso em nível nacional e poderão participar escritórios de arquitetura que tenham alguma experiência em projetos de parques", adiantou.

Um dos pontos altos das discussões do encontro foi a segurança. Com a presença do superintendente da Guarda Municipal, coronel Maquir Cordeiro, ficou definido que um destacamento da Guarda fará a segurança do local utilizando, entre outros equipamentos de comunicação interna, motocicletas para o deslocamento dos guardas por toda a área. Pouco antes do término da reunião, que prolongou-se até às 17h30, todos os presentes concordaram em formar uma comissão de gestão do Fórum, que será composta no próximo encontro, em data a ser definida consensualmente.

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