O Parque Nacional Serra da Capivara, criado em 1979 para preservar vestígios arqueológicos do que seria a mais remota ocupação humana da América do Sul, há cerca de 50 mil anos, vem sofrendo as conseqüências da falta de fiscalização e da impunidade sobre crimes ambientais. A operação “Fim de Ano”, realizada pela Fundação Museu do Homem Americano e Ibama, encontrou 13 caçadores na área, localizada em São Raimundo Nonato (PI). Com eles, 30 tatus e dois tamanduás, além de armadilhas para a captura dos animais, mantimentos, objetos, cavalos e cachorros.
Nos meses de dezembro e janeiro a procura por esses animais aumenta e é preciso reforçar a vigilância. Nesta época, 64 guardas-parque percorrem constantemente o local, enquanto somente 32 fazem o serviço no resto do ano. A diretora do parque, Niéde Guidon, acha que esse número não é suficiente e afirma que ninguém fica preso por crime ambiental. Sempre aparece um poderoso para libertar o infrator.
A operação “Fim de Ano” conseguiu diminuir a caça aos tatus no parque, mas com a criação de novos assentamentos no município a situação piorou. Niéde diz que muitas pessoas ganharam terra para trabalhar e abandonar a caça, entretanto continuam queimando pneus para estragar as pinturas rupestres e matando tatus. Essa atividade rende lucro para os caçadores, pois os animais são facilmente vendidos aos donos de restaurantes da região, onde é comum consumir esse tipo de carne.
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