Os trabalhos de escavação da famosa arqueóloga americana Anna Roosevelt, no município de Santarém, indispensáveis para fundamentar sua tese sobre a pré-história amazônica, podem estar comprometidos porque parte do sítio arqueológico que seria escavado foi destruída. A informação foi revelada em reportagem publicada na Folha on Line. As escavações no sítio arqueológico de Santarém seriam a fase final do trabalho, onde a arqueóloga garante que poderia desvendar um dos maiores mistérios da Amazônia pré-cabralina: a identidade dos índios da cultura Santarém, que habitaram a foz do rio Tapajós, no Pará.
Professora da Universidade de Illinois em Chicago, e coordenadora de um grande projeto arqueológico na Baixa Amazônia, Ana Roosevelt acha que os criadores das cerâmicas decoradas de Santarém, na pré-história, não são os mesmos tapajós que receberam os conquistadores no século 16. Os índios avistados pelos conquistadores seriam apenas descendentes dos artesãos que se desenvolveram na região de Santarém a partir do ano 1200.
Para comprovar sua hipótese, a pesquisadora precisa escavar o subsolo da cidade desde camadas mais antigas (mais profundas), que remontam a 1200, até a época colonial, escavando até a superfície. O problema é que o seu local de escavações, no porto de Santarém, tem cada vez menos superfície. Em visita ao porto, a pesquisadora e sua equipe afirmam que as camadas superiores do sítio foram arrancadas por tratores, segundo ela com a conivência da Companhia Docas do Pará (CDP), que é dona da área.
“Uma fatia grande do sítio foi raspada por um buldôzer no centro do local.
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