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Patrimônio Cultural e Preservação: o exemplo da Escola Estadual Barnabé |
Marcelo Hideki Suwabe1 |
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Resumo:
A sociedade industrial é caracterizada pela intensa capacidade do homem de destruir e construir edificações. A Escola Estadual Barnabé é um exemplo de edificação que vem se mantendo de pé ao longo de mais de um século. A conservação de sua estrutura e suas atividades estão ligadas ao empenho da comunidade de seu entorno e fazem do Barnabé um exemplo de preservação e educação para o patrimônio.
Abstract:
Construct and destroy, these two verbs describe the society after the Industrial Revolution. The Barnabé's Building, a Public School in Santos, has been preserved since XIX Century. The architectural structure preservation and cultural activities are connected with neighborhood around it. The teamwork and sense of responsibility of this group manages the school, at the same time, they are an example of how important is the educational experience to preserve Heritage for the future generations.
Introdução
Patrimônio Cultural pode ser definido como o conjunto de bens materiais e imateriais que identificam e caracterizam a cultura de uma pessoa, de um conjunto de pessoas ou da própria humanidade, num corte histórico em particular ou na somatória de sucessivos momentos históricos sobrepostos ou paralelos, e que permanecem até os dias atuais na forma de edifícios, de monumentos, de vestígios arqueológicos, do próprio meio natural e das artes, entre outros.2
Este trabalho versa sobre as transformações do mundo atual e a agressividade com que o homem moderno é capaz de destruir e reconstruir edificações vendo, muitas vezes, parte do seu patrimônio desaparecer.
Para tanto, inicialmente discute-se a questão do mundo moderno que é determinado pelo processo de especulação imobiliária e pela intensa inovação tecnológica na construção civil, resultando numa incessante transformação e renovação espacial nunca vista com tamanha intensidade.
Em seguida será estudada a Escola Estadual Barnabé, localizada na cidade de Santos, estado de São Paulo, que vem sobrevivendo, ao longo de mais de um século de existência, a toda essa agressão do mundo moderno. Mantendo-se íntegra graças a pequenas ações de sua administração e da comunidade no seu entorno.
Entendendo o mundo atual: a velocidade das transformações
O mundo atual é caracterizado pela intensa inovação que observamos em todas as áreas do conhecimento. Para Nicolau Sevcenko, as transformações estão ocorrendo de uma forma tão intensa que somos incapazes de parar para pensar e refletir sobre tal situação. Segundo este autor, é como se estivéssemos no loop de uma montanha russa. “A aceleração das inovações tecnológicas se dá agora numa escala multiplicativa, uma autêntica reação em cadeia, de modo que em curtos intervalos de tempo o conjunto do aparato tecnológico vigente passa por saltos qualitativos em que a ampliação, a condensação e a miniaturização de seus potenciais reconfiguram completamente o universo de possibilidades e expectativas, tornando-o cada vez mais imprevisível, irresistível e incompreensível”.3
Tais mudanças se refletem espacialmente quando observamos o crescimento das cidades, a partir da Revolução Industrial, e a dinâmica existente em suas edificações. As cidades crescem num ritmo acelerado. Antigas edificações são constantemente colocadas abaixo e em seus lugares erguem-se novas construções mais modernas. Em muitos casos, isto ocorre em função da especulação imobiliária, da valorização de áreas nobres e da necessidade de se obter o máximo de lucro através do parcelamento do solo e do processo de verticalização. 4
O consumismo está no bojo de todo este processo de valorização-renovação. Estas são características de sociedades onde, segundo Marly Rodrigues, “o progresso traduz-se em devastação do velho, uma vez que promovido sob a consagração do consumo e do obsoletismo dos objetos”5.
O desenvolvimento tecnológico de materiais para construção é outro fator que contribui para uma maior intensificação no processo de renovação das edificações das cidades. Haroldo Leitão Camargo afirma que o “barateamento dos materiais de construção produzidos em escala industrial e sua venda em dimensões padronizadas transformam profundamente a cidade da era industrial...”6, pois “daí decorre a facilidade para demolir e reconstruir de tal forma que o valor das edificações se transfere para o solo urbano. O valor recai sobre o terreno, dando origem à especulação imobiliária” .
No município de Santos, litoral do estado de São Paulo, as transformações espaciais se refletiram na mudança do eixo de valorização de áreas residenciais e comerciais. Até a primeira década do século XX, a sua área central era a mais valorizada, com a presença de um comércio sofisticado e diversificado e áreas residenciais nobres pertencentes às elites da época.
Com o desenvolvimento do turismo e do lazer ligados aos banhos de mar, ainda na primeira metade do século XX, e o crescimento vultoso que este ramo do setor terciário teve na segunda metade do mesmo século, a orla santista passou a ganhar destaque.
Num primeiro momento, entre o final do século XIX e início do XX, a orla santista era repleta de chácaras e casarões de veraneio. Havia uma sofisticação na região do bairro do Gonzaga onde se faziam notar edificações como o Parque Balneário Hotel, sofisticado centro de lazer freqüentado pela alta sociedade da época, que se deslocava tranqüilamente, até os idos dos anos 1950, entre a orla da praia e o centro antigo de Santos.
Porém, a presença de casarões e chácaras pertencentes a famílias abastadas de Santos e do planalto paulista nesta região próxima ao mar foi cedendo lugar aos prédios de segundas residências8, notadamente a partir da década de 1960. A popularização dos banhos de mar entre as camadas da classe média paulistana, junto com a melhoria das condições de acesso às cidades da Baixada Santista, foi acompanhada da derrubada de edificações como o próprio Parque Balneário, dando lugar ao parcelamento do solo e construção de edifícios com vários andares ao longo da orla da praia devido à especulação imobiliária.
Dessa forma, a demanda crescente por residências secundárias fez com que algumas construções de importância histórico-arquitetônica fossem derrubadas na orla da praia, tendo como critério a busca do lucro gerado pelo consumo dessa modalidade de ocupação e função. Em outras palavras, derrubava-se o “velho” para dar lugar ao “novo” tendo como parâmetro as necessidades da sociedade de consumo. Parent reflete sobre esta questão, quando na “falta de sacralizar o essencial, nos arriscamos a vê-lo levado pela renovação geral”10.
Por outro lado, a área central santista foi aos poucos sendo esvaziada, tornando-se decadente. Os investimentos e o interesse pela área foram diminuindo. Muitos prédios datados da primeira metade do século XX foram se deteriorando e se desfigurando, alguns se transformaram em cortiços, outros foram sendo derrubados, muitos deles ficaram expostos às condições do tempo e se deterioraram, com a falta de recursos para sua manutenção. O aspecto decadente que muitas destas edificações adquiriram fez com que grande parte delas se tornassem desinteressantes para o empresariado e o sucateamento tornou-se o fim para muitas delas. A velocidade das mudanças e transformações no mundo em pleno século XX, portanto, não foi diferente com o município de Santos, o “velho” também foi, aos poucos, cedendo lugar ao “novo”.
Sobrevivendo ao meio: o caso da Escola Estadual Barnabé
Diante desta realidade de transformações um tanto quanto predatórias, algumas edificações mantiveram-se de pé, firmes e imponentes, não deixando prevalecer o rolo compressor de mudanças que assolava o mundo industrializado. Se casas comerciais, residências, casas de espetáculos, entre outras edificações, foram sendo solapadas e transformadas em escombros, outras edificações tiveram melhor sorte. É o caso dos centros religiosos e centros educacionais localizados nesta mesma região central da cidade de Santos.
Com diferentes graus de conservação11, igrejas e grupos escolares foram se mantendo ao longo do tempo enquanto seu entorno se degradava ou se modificava. Na realidade, o que se observou ao longo do século XX foi uma mudança da clientela que usava os diversos equipamentos urbanos do centro antigo de Santos. Se até meados do século XX tal clientela era representada primordialmente pelas camadas mais abastadas da sociedade paulista, a partir da segunda metade daquele século uma camada mais popular começou a se tornar predominante entre os que circulavam nessa localidade. Por conseguinte, as edificações passaram a se adaptar a esta realidade. Residências e casas comerciais passaram de sofisticadas a populares e simples, com menores investimentos e, conseqüentemente, menor sofisticação. Muitos edifícios, como o Coliseu Santista - famosa casa de espetáculos de renome nacional - foram perdendo interesse, pois as pessoas que os freqüentavam e que justificavam a existência do teatro, deslocaram seu interesse e conseqüentemente, os investimentos, para outra região da cidade, a orla da praia e mesmo para a vizinha cidade de Guarujá12.
Um dos exemplos de edifícios que se mantiveram de pé ao longo do século XX, no chamado centro histórico de Santos, foi o prédio da Escola Estadual Barnabé, antigo Grupo Escolar Barnabé. A escola tem esse nome em homenagem a Barnabé Francisco Vaz de Carvalhaes13 e começou a ser construída nos últimos anos do século XIX. Foi fundada em 1900 e teve a inauguração de suas atividades em 2 de julho de 1902.
Em estilo eclético, a escola esconde relíquias até os dias de hoje, como um quadro de Benedito Calixto pintado a óleo14 e objetos que pertenceram aos pracinhas da Revolução de 1932, uma vez que a escola serviu de quartel e posto de alistamento militar. Documentos antigos também fazem parte do acervo histórico da escola, como livros de ponto, certificados, fotos de formatura e boletins antigos15, que foram todos catalogados em um inventário16 deste acervo documental. Além disso, sua beleza arquitetônica e a qualidade dos materiais se destacam com o alto pé direito, as janelas em amplas envasaduras e uma escadaria toda revestida com mármore de Carrara.
Manter a escola semelhante ao projeto original não tem sido um trabalho fácil para a atual diretora, Irani Romano Abud, que está à frente da Escola Estadual Barnabé desde o ano de 1983. A falta de recursos permeou e ainda permeia a escola, dificultando a sua conservação.
Quando assumiu a direção da escola, Irani Abud a encontrou em situação muito precária. Segundo a diretora: “Era uma desorganização total, as pessoas entravam e saíam quando bem entendiam, passavam de bicicleta. Havia muito lixo e a área externa era um enorme matagal”. A falta de recursos e de funcionários dificultou o trabalho inicial da diretora. No inicio do ano letivo de 1988, as condições do prédio se tornaram alarmantes. O telhado estava bastante danificado, com a presença de inúmeras goteiras. No assoalho de madeira havia muitos buracos, as tábuas estavam podres e com o risco de desabamento do piso. As instalações elétricas, que foram durante muito tempo afetadas pela água das chuvas, corriam por sua vez, risco de curto-circuito, uma vez que havia fios expostos. Além disto, sua área externa encontrava-se ainda mais degradada com a presença de lixo e entulho espalhados pela área do estacionamento.
Apesar da promessa de obras de recuperação, feita pela então Divisão Regional de Ensino de Santos, os alunos corriam o risco de perder o ano letivo. Após uma vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros, observou-se que o assoalho de madeira corria efetivamente risco de desabamento. Levantou-se, como hipótese, a transferência dos alunos para outras escolas da região, de forma a que dessem prosseguimento aos seus estudos. Porém, essa possibilidade foi descartada pelos próprios pais de alunos pois, além dos problemas de adaptação escolar em um outro ambiente, muitos alunos não teriam como arcar com as despesas de transporte, já que, em sua maioria, são provenientes de famílias carentes.
A Escola Estadual Barnabé está localizada ao pé do Monte Serrat, sua clientela, portanto, é formada principalmente por crianças e adolescentes que moram nos morros do centro, como o próprio Monte Serrat, o Morro de São Bento e o Morro do Pacheco, além de moradores das residências do próprio Centro antigo e do bairro do Paquetá. Trata-se, portanto, em sua maioria, de alunos provenientes de famílias de baixa renda, algumas delas moradoras dos cortiços do centro ou em casas simples dos morros.
Desta forma, devido às condições financeiras desfavoráveis à maioria das famílias e a própria afetividade que elas tinham pelo colégio, decidiu-se fazer um mutirão visando recuperar o prédio para que os alunos não perdessem o ano letivo. A direção da escola, os professores, os alunos e seus pais uniram-se para uma grande faxina interna e externa, para que as dependências do edifício escolar tivessem condições mínimas para se ministrar aulas.
A água represada internamente foi retirada das salas de aula, o pátio e toda a área externa foram limpos. Os problemas elétricos não puderam ser solucionados de imediato e os alunos assistiram às aulas no escuro. O risco de acidentes por desabamento do assoalho, que se encontrava podre devido à presença de cupins e a ação das águas das chuvas, ficou por conta dos próprios professores e alunos. O mais importante era não perder o ano letivo.
A mobilização popular que se formou no entorno da escola chamou a atenção da imprensa que passou a noticiar os problemas existentes. A divulgação fez com que os órgãos competentes encarassem o problema, mandando uma equipe técnica para a recuperação do prédio. Dessa forma, as instalações do prédio foram todas recuperadas e a partir de então as aulas puderam voltar a serem ministradas sem por em risco o bem estar de professores e alunos.
Estes acontecimentos foram muito importantes na história do Barnabé porque marcam a tomada de consciência da população em relação à conservação e preservação de um bem público. A comunidade, principalmente do Monte Serrat, passou literalmente a “tomar conta” da escola. A Associação de Pais e Mestres se fortaleceu e passou a atuar mais ativamente em todas as questões que permeiam a escola, discutindo questões pedagógicas e sempre levantando recursos para contribuir com a manutenção das instalações da mesma.
As ações educativas para a preservação da escola passaram a ser uma rotina no dia-a-dia de professores e alunos do Barnabé. Os alunos aprendem a preservar, limpando suas próprias carteiras quando as riscam ou as sujam. Os banheiros, quando têm portas e paredes pichadas, têm também o próprio autor convocado para as limpar ou repintar. Essas ações de educação patrimonial fizeram com que acabassem as pichações nos muros externos da escola. A incorporação da idéia de preservação do patrimônio fez com que vários alunos da escola fossem convocados pela Sociedade de Melhoramentos do Monte Serrat para a restauração dos nichos da Via Sacra nas escadarias do Monte Serrat. Em meados do ano de 2001, munidos de escovas de aço, solventes, espátulas, cloro e bisturis, os alunos aprenderam, com o auxílio de restauradores profissionais, quem sabe, uma nova profissão.
Anualmente, a escola é pintada interna e externamente. Telhas e vidros quebrados são trocados imediatamente. Graças à ação da direção, a escola conta atualmente com uma sala de informática17 e uma quadra coberta e está para ser construída, na cozinha da escola, uma pequena padaria que reforçará a merenda dos alunos.
Essas ações conjuntas fizeram com que, atualmente, a Escola Estadual Barnabé seja considerada uma das mais bem preservadas e melhor equipadas escolas da Baixada Santista. Em 8 de agosto de 2002 foi publicado, no Diário Oficial do Estado, o tombamento da escola pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado, o Condephaat. Junto ao Barnabé, outras duas escolas de Santos também foram tombadas, a Escola Estadual Visconde de São Leopoldo e a Escola Estadual Doutor Cesário Bastos. Na realidade, as escolas fazem parte de um conjunto de 123 unidades do Estado que passaram por este processo18.
Hoje, o prédio da Escola Barnabé - que está localizado na Praça Correia de Melo sem número, no Centro Histórico de Santos - encontra-se em condições impecáveis, mantendo-se majestoso, alinhado à Avenida São Francisco, que circunda a praça. A escola chama atenção de quem por ali passa não somente por sua beleza arquitetônica, mas também pela presença, em seu terreno, de um exemplar de um Cedro do Líbano19, que com mais de 100 anos, é certamente um dos seres vivos mais antigos da própria cidade de Santos, acompanhando todas as modificações do seu entorno.
Considerações Finais
É preciso parar e repensar as mudanças do mundo contemporâneo. Pensar que dentro de uma comunidade pode existir um outro tempo, especifico, bem diferente do tempo capitalista, avassalador, que destrói e constrói numa velocidade que somos incapazes de captar e tornar inteligível.
No caso da Escola Barnabé, a própria falta de recursos fez com que ela se mantivesse de pé. O loop da montanha russa passou perto da escola, mas ela conseguiu se manter forte e firme, graças, talvez, à sua própria capacidade de entender seu tempo e seus interesses. Sua função principal, que era levar a educação para a comunidade, foi poucas vezes deturpada e é por isto que ela se mantém como está.
A Escola Barnabé continua, não parada no tempo, mas andando conforme suas próprias necessidades, conforme a necessidade de seus alunos, a necessidade da comunidade do seu entorno. Pois ela é a própria comunidade.
A Escola Barnabé é um exemplo concreto de patrimônio cultural, pois mantém suas características físicas, mantém sua função primordial e, sobretudo, representa a História do cidadão comum, da pessoa comum. Um exemplo concreto de Preservação e Educação para o Patrimônio.
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1Formado em Geografia pela FFCLH/USP. Aluno do Curso de Especialização “Cidade e História:Patrimônio, Lazer e Turismo”.
2Existem muitas definições a respeito de Patrimônio Cultural e suas diferenças e/ou semelhanças com a noção de Patrimônio Histórico. Aqui, optou-se pela utilização do conceito de Patrimônio Cultural por ter uma conotação mais próxima às Ciências Sociais, buscando abarcar, também, os traços da chamada cultura popular e “romper com a visão elitista em considerar como patrimônio só os bens e manifestações culturais das classes dominantes”. MARTINES, R. C. Defesa do Patrimônio Histórico Nacional. Identidade e Cidadania. 1998. 299 f. Tese (doutorado em Direito) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
3SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: No loop da montanha-russa, São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p.16.
4O crescimento urbano faz com que uma área melhor servida por serviços públicos e particulares seja intensamente valorizada. Portanto, o que ocorre é a valorização da terra e conseqüentemente do imóvel melhor localizado. Para o especulador, muitas vezes, é interessante derrubar um edifício antigo, construindo um outro maior e mais moderno onde poderá obter uma maior renda. RODRIGUES, Arlete M. Moradia nas cidades brasileiras, São Paulo: Contexto, 2003.
5RODRIGUES, M. De quem é o patrimônio, in: RPHAN, n. 24/1996, p. 197.
6CAMARGO, H. L. Patrimônio histórico e cultural. São Paulo: Aleph, 2002. p. 16
7Ibid., p. 16.
8Segundo Olga Tulik, residências secundárias, segundas residências, “casa de temporada, de praia, de campo, chalé, cabana, rancho, sítio ou chácara de lazer são alguns dos termos comumente aplicados às propriedades particulares utilizadas temporariamente, nos períodos de tempo livre, por pessoas que têm sua residência permanente em outro lugar”. Ainda segundo esta autora, “a distribuição dos meios de hospedagem tem sido amplamente utilizada para medir variações espaciais do turismo, pois constituem uma das mais visíveis e tangíveis manifestações dessa atividade”. TULIK, Olga. Turismo e meios de hospedagem: casas de temporada. São Paulo: Roca, 2001.Respectivamente: p. IX e p. 3.
9Segundo Chris Cooper, “a infra-estrutura representa todas as formas de construção acima ou abaixo do solo necessárias para uma área habitada. A infra-estrutura é essencial para destinações (turísticas) e aparece principalmente na forma de transportes (estradas, ferrovias, aeroportos) e serviços de utilidade pública que são, normalmente, compartilhadas por residentes e visitantes. (...) O desenvolvimento e a manutenção de linhas de transporte eficiente é essencial para o sucesso das destinações”. COOPER, Chris & outros. Turismo, princípios e prática. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Bookman, 2001. p. 142.
10PARENT, M. O conceito de herança mundial. Correio da Unesco, out/1988, p. 32.
11Conservação: “Significa todos os processos de cuidar do local como também reter seu significado cultural. (...) Inclui manutenção e talvez de acordo com a circunstância inclui preservação, restauração, reconstrução e adaptação e irá comumente ser a combinação de mais de um destes”. Martinez, op. cit., p.?
12Guarujá, também intitulada Pérola do Atlântico, está localizada na Ilha de Santo Amaro e se tornou um dos principais destinos turísticos de toda a Baixada Santista. O desenvolvimento do turismo de massa ligado ao incremento de construção de residências secundárias se dá a partir da segunda metade do século XX. Na década de 1980, Guarujá se torna uma das mais badaladas e valorizadas cidades praianas do litoral paulista, com sofisticadas mansões e prédios de apartamentos.
13“Barnabé Francisco Vaz de Carvalhaes, nascido em Santos em 24 de fevereiro de 1829, que doou o terreno da atual E.E.P.G. Barnabé à municipalidade, para que fosse construída uma escola no local. Filho de família ilustre na cidade, Barnabé foi considerado um benfeitor do ensino, deixando em testamento determinação expressa para a utilização nesse setor de 100 apólices no valor de 500 mil réis cada”. A TRIBUNA, Vasto programa nos 80 anos da Escola Barnabé, 26/11/1982.
14Trata-se de um quadro de Barnabé Francisco de Carvalhaes, pintado em 1911 por Benedito Calixto. O trabalho meticuloso de restauro foi feito pela restauradora Antonia Elza Brzezinski durante dois meses de trabalho. A verba para o restauro veio de um particular. O quadro mede 1,30 x 2,30 metros e é um retrato de corpo inteiro do patrono da Escola Barnabé. A TRIBUNA, Restaurado quadro de Calixto, 24/10/1987.
15Em 1994, o Setor de Referências do Centro da Memória Cultural da Prefeitura Municipal de Santos, realizou um diagnóstico do acervo de documentos encontrados no porão da Escola Barnabé. Houve o resgate destes documentos, bem como a classificação por tipo de documento (Administrativos, Pedagógicos, Associações estudantis, Tesouraria, Saúde e documentos de outras instituições de ensino isoladas. Assim, foi feito um inventário contendo a relação de 300 livros de registro, classificados em grupos, séries e sub-séries, e ordenados cronologicamente, abarcando o período que vai de 1902 a 1970. Entre estes documentos, encontram-se livros de registro de matrícula (1923 a 1970), contendo dados pessoais dos alunos, endereço e profissão de seus pais e um livro de registro de visitas ilustres (1909 a 1958), contendo apreciações e assinaturas de visitantes ilustres e pessoas vindas de várias partes do mundo. Em todo este processo, houve a colaboração irrestrita da diretora da escola e utilizou-se da mão-de-obra de alunos da escola.
16“Inventário é um instrumento de conservação previsto na Constituição Federal com o intuito de permitir o levantamento da quantidade exata de bens materiais como imagens, pinturas, documentos, edificações, praças e jardins, isolados ou em conjunto, que fazem parte do Patrimônio Histórico-cultural”. MARTINEZ, op. cit., p. 79.
17Particularmente, como professor do Barnabé nos anos de 2001 e 2002, acompanhei todo o processo da criação da nova sala de informática. A escola contava, no inicio de 2001, com cinco computadores que eram pouco utilizados e ficavam numa sala muito pequena onde cabiam poucos alunos. Ainda no primeiro semestre de 2001 a escola recebeu mais 6 computadores da Secretaria da Educação do Estado. A sala de informática foi então mudada para uma sala maior, onde ficava a biblioteca, ganhando mesas e cadeiras novas, um sistema que interliga os computadores em rede, acesso à Internet e novos softwares educacionais. Os alunos passaram, já no final de 2001, a utilizar a sala de informática e no ano letivo de 2002 as aulas com a utilização de computadores passaram a ser uma realidade na escola.
18 “A partir da publicação do ato, fica proibida qualquer intervenção que possa vir a descaracterizar o patrimônio sem prévia autorização do Condephaat (...). A partir da data do tombamento começou a segunda fase do processo, que é a regularização do que pode e do que não pode ser realizado em cada unidade. Já se sabe que obras emergenciais, como troca de uma telha (...) podem ser realizadas. Porém, mudar todo o telhado depende de autorização (...)”. A TRIBUNA. Três escolas do Estado são tombadas em Santos. 17/08/2002.
19 “Majestoso e ao mesmo tempo delicado, seus galhos apontam para o alto, desafiando e vencendo a beleza arquitetônica de qualquer arranha-céu. Em contraste, suas raízes vigorosas, parte enterrada na terra e parte à mostra, na superfície, são verdadeiro símbolo de força e resistência”. THOMAZ, Arylce Cardoso. Comemoração do Dia da Árvore hoje permite reflexão sobre o meio ambiente. Jornal A TRIBUNA, 21 set. 1990. Local/Baixada & Litoral, p. 6. |
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