Pai Valdemiro Baiano de Xangô discute com uma filha-de-santo que falhou no preparo da farofa. Parece exasperado. Com voz fraca, mas autoritária, convoca agregados do terreiro, em Duque de Caxias, para dar novas ordens sobre o almoço do seu 77 aniversário, terça passada. O esmero com a comida não é banalidade; é, antes, respeito pelas divindades, que segundo a crença desfrutam as iguarias tal qual os mortais. Pai Baiano conhece bem as peculiaridades dos santos do candomblé, religião na qual se iniciou há 62 anos, o que o torna um dos babalorixás há mais tempo em atividade no Brasil.
Seu terreiro, o Ilé Asé Baru Lepé (Casa de Xangô em iorubá), fundado no anos 40, está em processo de tombamento. O pedido foi enviado pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, ao Iphan. Além das construções, são objeto de proteção árvores, mato e tudo o mais que é importante para a religião, sem falar dos ritos, bens imateriais. Até hoje apenas cinco terreiros foram tombados pelo patrimônio nacional, todos na Bahia.
Para ler o artigo na íntegra, clique: Pedido tombamento da Casa de Xangô
|