Na modernização da cultura brasileira desde o século XX, os jornais e a imprensa desempenharam um papel fundamental. O LIBERAL e a Fundação Romulo Maiorana construíram seu próprio capítulo nesta história e colocaram o Pará no mapa das artes do Brasil. Quando retorna de Paris em 1923, Tarsila deu a melhor entrevista de sua vida ao Correio da Manhã. Foi também no Correio da Manhã que Oswald de Andrade publicou em 1924 seu Manifesto da Poesia Pau-brasil, a arrancada modernista para uma teoria de Brasil mais consistente. O mesmo Oswald publica a Revista de Antropofagia como um encarte de O Estado de São Paulo. Os suplementos literários e culturais foram um veículo importante para idéias que transformaram o Brasil numa cultura moderna. Ilustrações de Goeldi, por exemplo, apareciam em vários jornais.

Assis Chateaubriand, com os Diários Associados fortalecidos no pós-guerra, funda no Rio de Janeiro, depois transferido para São Paulo, o que viria a ser a mais importante coleção latino-americana de arte européia. Usou a força de seus jornais para obter doações em todo o Brasil para constituir o que é hoje o MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. O MASP é um fabuloso museu com pinturas de Mantegna, Rafael, Tiziano, Velásquez, Zurbaran, El Greco, Goya, Poussin, Géricault, Courbet, Manet, Renoir, Monet, Cézanne, Modigliani e muitos outros tesouros. Essa compreensão do poder agregador do jornal em torno do aspecto simbólico da arte também estava por trás da decisão de Romulo Maiorana, como de seus pares na imprensa brasileira, na constituição de uma fundação para apoio à arte no Pará. Segundo ele, o que desejou para a fundação que criou 'foi uma atuação contínua e continuada, buscando sempre o melhor de nossas arte e culturas'.

Para ler o artigo na íntegra, clique: Jornais e a arte no Brasil