Como registra a historiadora Sheila Schvarzman em seu livro "Humberto Mauro - e as Imagens do Brasil", a criação do Instituto Nacional de Cinema Educativo (Ince) "assentava-se sobre a crença de que a educação é o motor da transformação dos homens". De fundo essencialmente positivista, como observa a pesquisadora, o instituto, juntamente com organismos como o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, foi criado em janeiro de 1937, por força do Decreto 378, de Getúlio Vargas.
O Ince vinha na esteira das idéias do então ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, que vislumbrava na cultura mais do que um instrumento de propaganda política do Estado Novo, mas a possibilidade de transformar o Brasil em um país desenvolvido por meio da educação.
Comandado pela emblemática figura do antropólogo Edgar Roquette-Pinto - também responsável pela introdução do rádio no Brasil -, o instituto começou a operar em março de 1936, ainda que de maneira extra-oficial.
Desde sua criação até se transformar no Instituto Nacional de Cinema (INC) em 1966, o Ince produziu filmes de caráter quase sempre ufanista, com temáticas científicas e históricas que exaltavam os feitos de brasileiros ilustres e nossas riquezas naturais.
Aproximadamente 300 títulos deste acervo tiveram como diretor Humberto Mauro, convidado por Roquette-Pinto para encabeçar os projetos do instituto desde sua fundação. O cineasta mineiro trabalhou no órgão federal até sua aposentadoria no serviço público, que, não por coincidência, ocorreu em 1966, em plena ditadura militar.
Para ler o artigo na íntegra, clique: O Estado no cinema
|