A visão da velha casa faz o imaginário voltar no tempo. A cada passo dado, os anos 1900 surgem estampados nas colunas da varanda, nas máquinas de algodão, na capela onde jazem seus antigos donos. À beira da Serra de Água Branca, emoldurado por mata ciliar e reservas da caatinga, o casarão recebeu várias vezes Delmiro Gouveia, afugentou o bando de Lampião e expandiu a cultura da palma em Alagoas. Hoje, nas mãos de ex-sem-terra, a Fazenda Cobra tem destino incerto e a ruína que a cerca começa a apagar um importante - se não o primeiro - capítulo da história sertaneja.
Herdeiros não acreditam na recuperação de casarão
Dono de invejável poder econômico, político e bélico, o coronel Ulysses Luna foi um homem de muitas mulheres. Oficialmente casou-se quatro vezes, ficou viúvo três. O filho Stélio Luna, 89, por telefone, falou de Ribeirão Preto, São Paulo, das lembranças que guarda do pai e da Fazenda Cobra.
“Meu pai viveu quase a vida toda na Fazenda Cobra, terreno acidentado, com uma grande reserva florestal. Não acredito mais na preservação do lugar. Vendemos as terras para o governo e agora os donos são assentados sem-terra. Os móveis estão no Rio de Janeiro, não devem voltar”, disse, ao contabilizar 18 filhos do coronel.
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