"A casa Bardi foi a primeira casa que se construiu no Jardim Morumbi. (...) Era uma grande reserva de mata brasileira, cheia de bichos selvagens: jaguatiricas, tatus, veadinhos, preás, sarigüês, preguiças." Hoje, a fauna original descrita por Lina Bo Bardi deu lugar à praga dos cupins, que é uma das principais ameaças à Casa de Vidro, primeiro projeto da arquiteta ítalo-brasileira.
Não apenas os cupins ameaçam um dos projetos-chave da arquitetura nacional. Em caso de chuva, a impermeabilização do telhado não contém o grande volume de água, que provoca vários pontos de goteira e infiltração nos quartos e na cozinha da residência. "Quando chove forte, já sabemos que temos de espalhar os baldes pela casa", conta Tatiana Russo, 25, uma das funcionárias do Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, responsável pela residência, tombada pelo Condephaat (órgão estadual de patrimônio histórico) e em estágio final de tombamento pelo Iphan (órgão federal de patrimônio).
Já os cupins de madeira --diferentes dos subterrâneos, ausentes da Casa de Vidro, que podem atacar as estruturas de prédios-- colocam em risco a manutenção do rico acervo mantido pelo instituto. "Felizmente, não atingiram nenhuma tela, mas já atacaram molduras e móveis", afirma Russo. Entre as preciosidades que pertenciam ao casal Bardi, destacam-se pinturas flamengas, obras do uruguaio Torres García (1874-1949) e do chileno Roberto Matta (1911-2002), entre muitas outras.
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