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Salto de Pirapora/SP: Incra reconhece direito de quilombolas a terra em SP
Agência Estado. A Tarde Online
junho/2006
 
Os 84 descendentes de escravos do Bairro do Cafundó, em Salto de Pirapora, região de Sorocaba, terão de volta as terras que receberam de seu antigo dono, um fazendeiro da região. O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, assinou portaria na qual reconhece os direitos da comunidade de quilombolas sobre uma área de 219 hectares. O terreno corresponde à área que o fazendeiro Joaquim Manoel de Oliveira doou a seus 15 escravos depois de libertá-los, em 1866, 22 anos antes da Lei Áurea. Atualmente, eles ocupam apenas 16 hectares, pois o restante das terras foi grilado.

A aldeia do Cafundó é conhecida mundialmente por ser uma das únicas comunidades remanescentes de quilombos a conservar parte das línguas ou dialetos falados na África. Durante mais de um século, os integrantes se comunicaram usando a cupópia, língua criada por eles próprios, usando termos lingüísticos africanos. A comunidade foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) em razão do interesse cultural.

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