O carimbo de patrimônio cultural na escritura de um imóvel tombado não é suficiente para garantir a sua preservação. Prova disso é o péssimo estado de conservação de duas importantes construções com valor histórico na Grande Tijuca: o Chafariz do Lagarto, no Catumbi, construção sob a guarda do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); e do Palacete do Conde de Itamaraty, no Alto da Boa Vista, protegido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Malconservados, o que evidencia o abandono, os imóveis estão servindo como moradias e, assim, acabam tendo os seus projetos arquitetônicos alterados, contribuindo para a destruição da memória da cidade. Para vistoriar 1.200 imóveis tombados no Rio, o Iphan diz ter apenas oito técnicos, enquanto o Inepac dispõe de dez arquitetos para cobrir todo estado.
Tombado pelo Inepac em 14 de março de 1979, o Palacete do Conde de Itamaraty, na Rua Boa Vista 118, pertence desde 1980 a um grupo de quatro sócios do Hotel e Bar Restaurante Floresta da Tijuca. O lugar, onde funcionaram casa de festas e lanchonete, já serviu para locações de novelas. E hoje é ocupado por um casal, com a permissão de um dos proprietários, o comerciante Manuel Suares Silva.
— Eles estão lá há muito tempo como encarregados — atesta Silva.
No dia em que a equipe do GLOBO-Tijuca esteve no local, o encarregado ajudava um amigo a consertar um carro estacionado dentro do palacete, bem ao lado da capela, que está com buracos pelo teto. Ele, que se identificou apenas como Luis, confirmou o estado de abandono.
— Está caindo aos pedaços. Mas eles me deixam
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Ocupação de patrimônios