Parte da história do arquipélago do Marajó está sendo restaurada na vila de Joanes, no município de Salvaterra. O trabalho, iniciado em meados de janeiro, vai até março e está mapeando e delimitando o sítio arqueológico, através de estudos no local, pesquisa histórica e levantamento de informações orais com moradores. A ação emergencial está atuando nos remanescentes da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Construída pelos missionários na metade do século 17, o pouco que restou das paredes de pedra corre o risco de ruir e ainda está sendo depredado pela ação de vândalos. Além do trabalho de consolidação do sítio, a expectativa é construir um memorial com peças encontradas durante as escavações, como louças do século XVIII, cerâmica indígena e com a história do sítio arqueológico. Aproxidamente R$ 20 mil estão sendo investidos no projeto, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Intitulado “Preservação, conservação, pesquisa e educação patrimonial no sítio histórico de Joanes”, o projeto tem a coordenação do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Entre arqueólogos, arquitetos, historiadores, antropólogos e estudantes, dez pessoas estão envolvidas no trabalho, além da comunidade local, que está participando ativamente através de informações e do armazenamento de peças encontradas durante as escavações. Segundo a arqueóloga do Goeldi e do Museu do Marajó Denise Schaan, várias denúncias já vinham sendo feitas por ela e por outros pesquisadores sobre a destruição do local. “O sítio arqueológico de Joanes já era conhecido há mais de 20 anos e nunca havia sido feito nada para preservá-lo, só agora conseguimos recursos para fazer uma ação emergencial”, afirma.
As marcas deixadas pelos anos de omissão podem ser vistas por todos os lados. Uma grande parte do que restou das paredes de pedra da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, erguida durante o século XVII, está pichada. Além disso, parte do sítio arqueológico de Joanes foi destruída para a construção de uma praça. Postes de energia elétrica foram colocados exatamente onde é necessário um trabalho de escavação para recuperar o que está por baixo da terra. A visita, sem orientação ao local, tem levado à destruição de parte de relíquias do lugar, especialmente durante os períodos de férias, quando a população da vila passa de dois mil habitantes para 20 mil. A ação de vândalos que sobem nas ruínas também ameaça a preservação do sítio.
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Joanes restaura a memória