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Guarujá: precisando descobrir o seu patrimônio
Jandira Adegas
abril/2004
 
Preocupada em incentivar o turismo para resgatar o antigo glamour que Guarujá sempre possuiu no Estado de São Paulo, a Prefeitura vem se empenhando em divulgar suas mais recentes atrações: o Acqua Mundo, um dos maiores aquários do Estado, o Heureka, Museu de Ciências e Tecnologia, e vários outros eventos que ocupam a faixa de areia durante a temporada de verão. Mas o mesmo carinho não recebe as ruínas da Ermida de Santo Antônio de Guaibê, local que assinala a passagem do padre Anchieta pela região. Para atingi-la é necessário percorrer uma estreita trilha situada junto ao ferry-boat (local de travessia de carros do canal de Bertioga), onde se observa uma vegetação típica da Mata Atlântica, com diversas variedades de bromélias e também um outro tipo de planta, espécie de palmeira, de onde os índios retiravam os espinhos para fazer pentes e utensílios. É obrigatório fazer uma pequena parada para observação dos manguezais e sua importância dentro do ecossistema, e conhecer o ninhal das garças, local onde ao final do dia elas se reúnem para o descanso. Quase ao final da trilha está a bela ruína da capela, sem o teto, mas com suas laterais e altar conservados. A vegetação ao seu redor imprime ao lugar uma beleza ainda maior. Logo adiante há a Armação da Baleia, lugar onde se fazia o processamento do óleo desse mamífero, destinado à iluminação pública durante o período colonial. Se houvesse investimento visando preservar essas ruínas, fossem colocadas indicações e feito monitoramento para visitas, com certeza o local poderia ser transformado em um atrativo que muitas pessoas gostariam de ver. A integração com a Prefeitura de Bertioga tornaria o passeio mais agradável, pois essa cidade vizinha já vem adicionando ao seu roteiro visitas agendadas e monitoradas por guias especializados, incluindo um índio ligado à Funai. É uma pena que Guarujá deixe de valorizar e preservar a história da sua cidade.