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Fortaleza/CE: Cultura no Estado. Depois da casa arrumada...
Regina Ribeiro e Clarisse Furlani. O Povo
dezembro/2005
 
Ao fim de três anos do Governo Lúcio Alcântara, O POVO convidou a secretária da Cultura no Estado, Cláudia Leitão, para fazer um balanço de sua gestão. Em pauta, projetos na Capital, os editais de incentivo às artes e, sobretudo, a interiorização da Secult e a institucionalização das políticas da Cultura no Estado

Os primeiros dois anos foram para "arrumar a casa". Ao assumir a gestão da Cultura no Estado, em 2003, a professora Cláudia Leitão desceu do púlpito e colocou-se no papel de ouvinte. De artistas, produtores culturais e representantes da sociedade civil, recebeu demandas - no chamado seminário Cultura XXI, realizado naquele ano. E diz que tais demandas apontaram para a quase total ausência da Secult no Interior do Estado. Daí, definiu e consolidou um Plano Estadual de Cultura, com olhos voltados para as diversas regiões cearenses. Fez contatos nos municípios, difundiu o Plano, mapeou vocações regionais. Às vésperas do quarto - e, a priori, último - ano da gestão da professora Cláudia Leitão na Secretaria de Cultura do Estado (Secult), a secretária e sua equipe consideram que o terreno está limpo, arado e semeado; e que frutos já se deram à vista em 2005.

A alguns destes frutos, a Secult dá o nome de "ações estruturantes", tendo como exemplos a Mostra Cariri das Artes, Festival de Música da Ibiapaba, Festival de Mestres do Mundo em Limoeiro do Norte, Festival Internacional de Trovadores no Quixadá e Quixeramobim, Festa Literária de Aracati - ações talvez verdes, ainda, mas com potencial de amadurecimento, o que, no dicionário de Cláudia, traduz-se em desenvolvimento regional, cultura sustentável, turismo cultural. Nada que possa ganhar o rótulo de "cultura de eventos", antecipa-se a secretária. Cada ação partiu do diagnóstico de uma vocação regional. "Não fui eu que quis um Festival de Música na Ibiapaba. Foi a Ibiapaba que me disse que a música era a vocação da região e que queria isso valorizado", exemplifica. Assim sendo, para ficar no mesmo exemplo, o evento é o clímax de um processo que perdura na região, onde está se consolidando a criação de uma escola de música e pretende-se instituir um pólo formador de música popular brasileira.

Para além de eventos e projetos, a atuação da Secult no Interior tem o intuito, também, de promover uma institucionalização da Cultura como área de atuação do poder público nos municípios menores. A meta é integrar estas cidades - se possível, todas elas - ao Sistema Nacional de Cultura (SNC) proposto pelo Ministério da Cultura (ao qual o Ceará foi o primeiro estado a aderir). Para isto, cada cidade deve ter uma secretaria ou órgão municipal para gerir a Cultura. Neste fim de ano, a Secult comemora o fato de 137 municípios terem assinado um protocolo de intenção de adesão ao SNC...

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