Para formalizar o tombamento da casa do Conselheiro, o ministro da Cultura e a secretária de Estado da Cultura do Ceará, reúnem-se quarta em Quixeramobim.
Opositor do coronelismo nordestino, artífice de uma nova organização social, inimigo das relações escravagistas de trabalho, da violência dos poderosos contra os humildes, da ignorância da maioria. Essas qualidades, relacionadas no estudo de tombamento da Coordenadoria de Patrimônio Histórico Cultural do Estado do Ceará, são atribuídas a Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro (1830-1897). A saga de Conselheiro, abordada num dos maiores clássicos da literatura brasileira, Os Sertões, de Euclides da Cunha, alimenta há um século a cultura nacional.
Conselheiro nasceu e viveu até os 27 anos numa modesta casa em Quixeramobim e o governo do Ceará resolveu tombar nesta cidade a residência do líder religioso - andarilho modesto que enfrentou o poderoso exército republicano em Canudos, na Bahia, no final do século 19, à frente de sua comunidade devota instalada nas 5,2 mil residências da vila de Belo Monte.
Para formalizar o tombamento da casa do Conselheiro, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e a secretária de Estado da Cultura do Ceará, Cláudia Sousa Leitão, reúnem-se quarta-feira em Quixeramobim, sacramentando essa regeneração histórica do personagem. Um representante do governo do PT e uma representante do governo do PSDB, inimigos políticos declarados, fazem ligeiro armistício sob a bandeira do Conselheiro - outrora apenas um beato louco cercado de jagunços que teria tentado abalar os alicerces do Brasil civilizado, na versão oficial.
Para ler o artigo na íntegra, clique:
Ceará tomba casa de Antônio Conselheiro