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Fortaleza/CE: Memória edificada
Felipe Gurgel. O Povo
janeiro/2006
 
O fortalezense perde gradativamente a oportunidade de recordar: andar pelas ruas que revelam o passado. O POVO levanta uma reflexão sobre as políticas de preservação do patrimônio histórico edificado da capital cearense. Assunto controverso entre poder público, sociedade civil e academia, o patrimônio padece frente à especulação imobiliária e ao desapego pela história da cidade. A Prefeitura, agora, começa demonstrar interesse pela questão e promete divulgar uma agenda de tombamentos na próxima quinta, 12.

Uma senhora de quase 280 anos, com aparência de 20 e poucos. Fortaleza hoje é assim. Salvo o que ainda resta de patrimônio histórico edificado na capital cearense - mantido às custas das instâncias estadual e federal do poder público, sobretudo - a cidade foi tomada pela falta de zelo cotidiano e pelo passo apressado dos negócios. A verticalização da zona leste exemplifica o quadro. A ausência de políticas públicas de preservação de vários bens imóveis da Fortaleza Antiga é outro sinal. O contexto desfavorece. No entanto, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), está começando a retomar as discussões sobre o assunto na atual gestão da prefeita Luizianne Lins (PT).

Na próxima quinta, 12, a prefeita anuncia uma agenda de tombamentos de 13 prédios históricos, na antiga Casa do Barão de Camocim (ao lado da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, no Benfica), com a presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil. Em matéria publicada no dia 10 de novembro de 2004, O POVO fez um balanço das ações do poder público referentes à preservação do patrimônio material no Ceará. À época, José Capelo Filho, então diretor do Departamento de Patrimônio Histórico da Funcet, disse que o conselho deliberativo das ações de tombamento do município nunca havia se reunido naquela gestão. O diretor da regional do Instituto de Patrimônio Histórico-Artístico Nacional (Iphan) no Ceará, Romeu Duarte, reforçou: ''A Funcet tem um conselho e uma legislação de patrimônio criada em 1997, (Lei Municipal nº 8.023), mas inexplicavelmente nem o conselho se reúne, nem a lei é posta em prática".

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