Contemplado no edital do Ministério da Cultura de 2005, o Ponto de Cultura do
Museu do Marajó abre inscrições, a partir deste mês, para diversos cursos
profissionalizantes voltados para jovens do município de Cachoeira do Arari (PA), onde a entidade está localizada. Outra novidade do Museu é a construção de uma nova reserva técnica para o acondicionamento adequado de seu acervo arqueológico e etnográfico, que está sendo financiado com recursos obtidos no Edital Petrobras Cultural 2005.

Ligado ao Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, o projeto Pontos de
Cultura tem o objetivo de incentivar manifestações e produções artísticas e
lúdicas, a inclusão digital e a percepção da cultura como meio de geração e
distribuição de renda, além de garantir o acesso aos meios de produção e formação cultural. De acordo com Cláudia Gama, coordenadora do Ponto de Cultura do Museu do Marajó, os cursos visam estimular novos talentos e incentivar os jovens da região através da arte-educação. O projeto tem o apoio institucional do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), do Sebrae/PA e da loja Ná Figueiredo, além de contar com a parceria da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari, através da sua Secretaria de Assistência e Promoção Social.

No total, estão sendo ofertadas cerca de 70 vagas, divididas em quatro oficinas: cerâmica, corte e costura, vídeo e música. Os alunos que optarem por cerâmica e corte e costura terão três meses de aulas (teóricas e práticas) e três meses para confecção de produtos que serão comercializados no próprio Museu. Parte da renda obtida com a venda dos produtos será reinvestida no Ponto de Cultura. A outra parte será distribuída entre os alunos do projeto, uma forma de estímulo para sua profissionalização como artesãos.

As inscrições podem ser efetuadas até o dia 29 de setembro, na Secretaria do
Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12
horas e das 14 às 18 horas. Podem se inscrever pessoas de ambos os sexos, de 14 a 25 anos, que tenham concluído o ensino médio ou que ainda estejam na escola. Também estão abertas as inscrições para os instrutores. As oficinas terão início no dia 6 de outubro. Mais informações pelos telefones (91) 3758-1102 e 3758-1215.

Acervo - Fundado em 1972, pelo saudoso padre italiano Giovanni Gallo, o Museu do Marajó tem como missão o desenvolvimento da comunidade marajoara através do resgate e da valorização da cultura local. Como resultado de suas ações, o Museu do Marajó foi contemplado pelo Edital Petrobras Cultural 2005, para desenvolver o projeto "Memória, Identidade e Cidadania: Preservação e Divulgação dos Acervos Arqueológico e de Cultura Popular Contemporânea do Museu do Marajó".

O projeto visa à construção de uma reserva técnica de 111m², voltada para a
conservação e o acondicionamento adequado do acervo arqueológico e etnográfico do Museu. Além de ganhar maior espaço, a reserva técnica terá ainda laboratório de restauração e servirá de base para projetos de pesquisa arqueológica na ilha. Outra meta é a reformulação da exposição permanente do Museu.

O contrato de patrocínio com a Petrobras foi assinado em maio deste ano e, em
junho, o Museu recebeu a visita de uma consultoria para a instalação da climatização adequada do ambiente. As obras já iniciaram em agosto e deverão
estender-se até novembro. A nova reserva técnica será inaugurada no dia 12 de dezembro, data em que se comemora o aniversário do museu.

Para a responsável técnica pelo projeto, a arqueóloga Denise Pahl Schaan, pesquisadora associada ao Museu Goeldi e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), a iniciativa resgata o antigo sonho do padre Giavanni Gallo de
implantar, em pleno Marajó - uma das regiões mais pobres do estado do Pará - um centro de educação, pesquisa e de reflexão da realidade marajoara. "Temos a oportunidade de transformar o Museu do Marajó em um pólo de desenvolvimento sustentável da região, através da valorização da cultura local", afirma Denise Schaan.

Ativa voluntária de o Museu do Marajó, Denise lembra que a instituição ainda
passa por dificuldade financeira. "Apesar de estar desenvolvendo diversos projetos que visam melhorar suas instalações e ampliar sua capacidade de atendimento da população marajoara, o Museu ainda luta para pagar suas contas mensais, pois não possui auxílio permanente de nenhuma entidade", afirma.

Segundo Denise, para contornar a crise, o Museu possui um programa de voluntariado nas suas diversas áreas de atuação que busca a colaboração de
professores, bibliotecários, historiadores, arqueólogos, antropólogos e da sociedade em geral. Os interessados em conhecer ou colaborar com o Museu do Marajó podem obter mais informações pelo telefone (91) 3758-1102. Visite o site do Museu http://www.museudomarajo.com.br/ .

FONTE: Maria Lúcia Morais - Serviço de Comunicação Social do Museu Goeldi (enviado por e-mail)