A ideia é defendida por Frederico Maciel, provedor da Santa Casa da Misericórdia das Velas de S. Jorge. Em entrevista, o ex-autarca apresenta várias lacunas, como as infra-estruturas portuárias da ilha.
Quais os principais constrangimentos, neste momento, ao desenvolvimento de S. Jorge?
Um dos maiores constrangimentos endógenos, mais que a nível político, situa-se a nível cultural e impede a continuada adaptação da economia aos desafios do presente. Depois, como dizia o meu professor de Filosofia, dr. Caetano Tomás, temos preguiça de pensar e, por essa razão, procuramos imitar em vez de inovar. Outras causas têm a ver com a dimensão da ilha e, sobretudo, com a sua diminuta população, originando dificuldades acrescidas nas trocas comerciais e no dimensionamento das actividades produtivas. A par das causas exógenas, como os transportes, a desadequada política turística, o baixo nível técnico do aparelho produtivo, o incipiente escoamento de produtos, a falta de alternativas à monocultura da vaca, etc…
O Fundo de Coesão é importante para o relançamento da economia?
Julgamos que sim, caso seja aproveitado e, especialmente, implementado com racionalidade e fundamentado em estudos de viabilidade económica e social, procurando objectividade na aplicação dos investimentos e, por outro lado, fazendo-os convergir para o progresso do conjunto regional. Assim sendo, poderá representar o maior contributo implementado na Região para a concretização do desenvolvimento harmónico, transformando-se, por essa via, num contributo válido à unidade regional.
Há ainda possibilidades de crescimento na agro-pecuária?
A actividade agro-pecuária na ilha esgotou-se quanto ao seu dimensionamento e quanto à sua capacidade de produção. Há, porém, um longo caminho a percorrer na valorização do produto. Essa valorização depende da capacidade dos agentes intervenientes para melhorar a qualidade, racionalizar os mercados e rentabilizar a produção. Em resumo, as possibilidades do aumento em quantidade já deram os seus frutos, pelo que interessa explorar os lucros da qualidade.
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