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Patrimônio rentável
Alexandre Staut. Gazeta Mercantil/InvestNews
novembro/2005
 
São Paulo, 25 de Novembro de 2005 - Discussões acerca da culitura brasileira têm trazido à tona a seguinte questão: como tornar o setor um dos protagonistas do desenvolvimento econômico e social do País?

Desde 1995, a cultura participa do PIB nacional com mísero 1%, enquanto a média mundial é de 7% ao ano. Isso significa que o Brasil é uma das nações que menos investem no setor no mundo, ainda que paradoxalmente seja dono de uma tradição cultural intensa e possua os meios de produção, mão-de-obra qualificada, e um mercado interno relevante, como aponta Sérgio Sá Leite, secretário de políticas culturais do Ministério da Cultura (MinC).

Nas próximas semanas, dois eventos discutem maneiras de tornar mais rentável o patrimônio cultural nacional, transformando-o em algo sustentável. Um deles, o VI Mercado Cultural, que ocorre em Salvador nas primeiras semanas de dezembro, reúne 1.500 artistas e agentes culturais que atuam no mercado independente em um encontro que funciona como uma vitrine para exportação das artes e da cultura nacionais.

Outro evento é o ABA Cultura - Práticas e Tendências do Marketing Cultural, que ocorre no Rio na segunda (28) e na terça (29). O encontro reúne executivos que investem ou pretendem investir na área e dirigentes de organizações culturais patrocinadas. O fórum traz profissionais especializados no setor, como Alan Grabowsky, presidente da Ábaco Research, que irá apresentar uma pesquisa sobre hábitos cuturais dos paulistanos (ver texto abaixo).

O MinC começa também a identificar a cultura brasileira como um diferencial competitivo do País, prometendo para o começo do ano, o Centro Internacional das Indústrias Criativas (CIIC), instituição que terá sede em Salvador e que deve seguir a experiência da Áustria, da Espanha e do Reino Unido, países que vêm fincando sua bandeira de desenvolvimento cultural de modo exemplar.

Em Viena, em 2004, um programa para promover indústrias criativas denominado Austrian Society for Cultural Economics and Policy Studies teve como foco a economia da cultura. Observou-se que mais de 100 mil pessoas são empregadas em Viena nesta área, ou seja, 14% da força de trabalho da capital austríaca participa do setor.

Na Espanha, a construção do Museu Guggenheim, em Bilbao, foi um dos pilares identificados para a recuperação da economia da região, afetada pela decadência da zona portuária. O museu movimenta hoje € 184 milhões.

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