O Museu Geológico tem a maior colecção de exemplares paleontológicos, arqueológicos, estratigráficos e mineralógicos portugueses e está instalado, desde a sua fundação, no segundo andar do mesmo edifício onde também existe a Academia das Ciênciais de Lisboa, o antigo Convento de Jesus. "Sair daqui seria um erro monumental, mesmo que se construísse um óptimo edifício de raiz", diz o seu coordenador, Miguel Ramalho. O erro dever-se-ia ao facto de essa mudança pôr fim a um espaço, já muito raro em todo a Europa, que conserva as características museológicas do século XIX, do mobiliário à aquitectura interior. "É uma espécie de um museu dentro de outro museu", defende.

O alerta deve-se ao facto de o vizinho de baixo, a Academia das Ciências, invejar o andar de cima para ampliar as suas intalações. Miguel Ramalho não entende para quê. "Se é para aqui fazerem depósitos de doações de livros, a ideia é péssima porque o peso dos livros não se compara ao das nossas peças e é de todo desaconselhável para o edifício", alerta. E lança o protesto "Não somos inquilinos da Academia, o edifício pertence ao Estado e estamos aqui em igualdade de circunstâncias", ressalva.

Miguel Ramalho lembra que "não é a primeira vez" que o desejo da Academia de Ciências inquieta o Museu Geológico. E porque o eventual risco de "despejo" não seria impossível ("nunca se sabe...") já corre um abaixo-assinado a ser entregue ao Governo em que mais de um milhar de pessoas, muitas delas ligadas à museologia, deixa implícito que o Museu é "uma jóia a defender" pelo seu conteúdo (milhares de peças) e o seu continente (o espaço concreto onde está instalado)...

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