Cerca de 136 mil documentos que guardavam boa parte da memória da psiquiatria no Brasil foram destruídos pelo incêndio que atingiu no sábado o prédio administrativo do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em Franco da Rocha (SP). Seis horas de fogo transformaram em pó um acervo formado por milhares de relatórios médicos, 15 mil livros e os prontuários de todos os pacientes que passaram pela instituição em seus 107 anos de existência - um conjunto que demonstrava em detalhes a evolução no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais no Brasil.
O fogo também destruiu o prédio de dois pavimentos projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, construído em estilo neo-romântico e tombado pelo Patrimônio Histórico. A sede havia acabado de passar por uma restauração que incluiu renovação da estrutura elétrica, reforma de telhado, piso e vitrais. As obras foram concluídas na quinta-feira. Os andaimes usados na restauração acabaram retorcidos pelo fogo. Os arquivos e a biblioteca - consultados por médicos e estudantes de todo o País - estavam no porão do prédio, onde o incêndio começou.
“O fogo se alastrou de maneira rápida”, diz a psiquiatra Maria Alice Scardoelli, diretora do Núcleo Assistencial do Juqueri. Uma das primeiras pessoas chamadas na hora do incêndio - que começou por volta das 2h30 de sábado -, Maria Alice chegou a tempo de ver 37 bombeiros tirando mangueiras de 15 viaturas para tentar controlar as chamas. Quando ficou claro que estava tudo destruído, a médica se sentou em um dos dois bancos de pedra colocados na entrada do casarão. Viu teto e paredes despencando e a fumaça se alastrando em volta do busto de Franco da Rocha, o psiquiatra que concebeu o hospital.
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