O casarão, projeto do escritorio de Ramos de Azevedo, localizado entre as Alamedas Cleveland e Nothmann, em São Paulo, mesmo com as obras de restauro em andamento (desde 2001), deverá abrir suas portas ao público, a partir do mês de março.
O imóvel, construído em 1890, no bairro de Campos Elíseos, o primeiro bairro planejado da capital paulista e dirigido para a elite cafeeira (localizado nas proximidades da Estação da Luz, permitindo fácil acesso tanto para o Porto de Santos, como para as fazendas localizadas no interior), pertenceu à Família de Henrique Santos Dumont, irmão de Alberto Santos Dumont.
Após sua venda, pela Família Santos Dumont, o casarão sofreu com a deterioração da área central. Entre 1926 e 1951, abrigou o colégio feminino Staffrod; de 1952 a 1983, a sede da Sociedade Pestalozzi; entre 1983 e 1997 foi invadido três vezes por grupos de sem-tetos; entre 1997 e 2001, chegou a abrigar 400 famílias. Em 2001, o Governo do Estado desocupou o imóvel, cedendo-o para a Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, que o tranformará no Museu da Energia de São Paulo (acervo sobre a história da energia ligada à urbanização de São Paulo e as fontes alternativas de energia). Entre os planos do Governo do Estado estão a implantação de uma linha de bonde que trafegaria pela região da Luz e teria como um dos pontos finais o pátio do casarão Santos Dumont.
Pisos de madeira, ladrilhos, forros, foram as partes mais afetadas pelas instalações do colégio, da entidade social e do cortiço, pelos focos de incêndio e pela presença de cupins e que consumiram cerca de R$ 4 milhões, segundo Mariana de Souza Rolim, responsável pelo projeto de restauração.
Ainda que com as obras incompletas, a decisão pela abertura ao público no mês de março visa, principalmente, a facilitação para a captação de novos recursos financeiros para a conclusão da restauração, por outro lado, o visitante terá a oportunidade de acompanhar a realização da restauração das pinturas internas.
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