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MAE/USP deve manter temporariamente a Coleção de Edemar Cid Ferreira
Mônica Yamagawa
fevereiro/2005
 
Com quebra do Banco Santos, a coleção de cerâmica marajoara de Edemar Cid Ferreira deve ser transferida para o MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia) da Universidade de São Paulo (USP). Pois O IPHAN decidiu cassar a licença especial concedida ao Instituto do Banco Santos, em 4 de dezembro de 2002.

O acervo era o único acervo do gênero no país sob a guarda de instituição privada, uma vez que a legislação brasileira determina que só o Estado tem o direito à posse de "bens de natureza arqueológica ou pré-histórica", de acordo com a lei 3.924, de 1962. A licença especial foi concedida sob o compromisso de manter uma arqueóloga como curadora e restauradores para recuperar as peças.

O objetivo do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é que a instituição fique com a guarda provisória das peças, pois o destino final da coleção deve ser alguma instituição na região de origem do acervo, o Estado do Amazonas.

Sem projeto definitivo, uma das hipóteses seria a divisão da coleção entre a USP e o Museu Goeldi, uma vez que uma das carências do acervo do MAE é justamente, a de peças da cerâmica marajoara, principal atrativo da coleção de Edemar.

Para Denise Schaan, arqueóloga, a devolução das peças para seu sítio de origem, será uma oportunidade de reparar um erro histórico, contribuindo para o fortalecimento da atividade turística na região, como ferramenta para o desenvolvimento sustentado.

Na Ilha de Marajoara, há um projeto para a instalação de um futuro museu, apesar do existente Museu do Marajó, em Cachoeira de Arari, cidade de 17 mil habitantes, uma entidade comunitária criada em 1983 pelo padre Giovanni Gall, mas que, segundo a arqueóloga, a instituição não tem condições de receber peças do acervo de Edemar, sem antes passar por uma reforma de espaço.

Schaan encaminhou à Petrobras um projeto, orçado em R$ 300 mil, para a criação de uma reserva técnica e para a compra de computadores para o museu.

Para a museóloga Ana Maria Leitão, que trabalhou no acervo de Edemar, é uma "temeridade" a transferência do acervo para o poder público, pois, não acredita que o mesmo tenha recursos suficientes para preservar uma coleção desse porte.

FONTE: Folha Online
 
FONTE: Folha Online