Pará está entre os dez Estados com maior incidência de roubo de peças tombadas pelo patrimônio histórico. Segundo o Iphan, falta segurança nas igrejas.
O Pará é o nono Estado brasileiro com maior incidência de roubo de peças sacras tombadas pelo patrimônio histórico, segundo levantamento divulgado pelo jornal Folha de São Paulo na última semana. A maior parte desaparece das próprias igrejas, onde não há condições especiais de segurança e falta, boa parte das vezes, consciência sobre o valor histórico das peças.
“Não tenho esse dado, mas o Pará deve estar mesmo entre os Estados com maior número de roubo de peças sacras. Mas acredito que tenhamos perdido ainda mais peças arqueológicas. Quando desaparecem bens móveis sobre os quais temos controle, que estão catalogados, temos tomado as medidas cabíveis, colocado no registro de bens procurados no site do Iphan e até conseguido localizar algumas peças. De certa forma, o sistema tem funcionado, mas é sim uma coisa lenta”, diz João Veloso, conservador e restaurador do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Atualmente, no cadastro de bens procurados do Iphan constam sete objetos desaparecidos no Pará, cinco deles peças sacras (veja box). Resgatar uma peça, por vezes, pode demorar décadas. Como foi o caso da imagem de Nossa Senhora do Leite recuperada no ano passado pelo secretário de cultura Paulo Chaves Fernandes. “Há peças desaparecidas desde as décadas de 60, 80. Até porque o convênio do Iphan com a Polícia Federal, que criou um departamento específico para esses casos, só foi feito em 1994 ou 1995”, diz o restaurador.
A partir do convênio, o Iphan passou a agir de forma integrada com a Polícia Federal e a Interpol especialmente nas barreiras alfandegárias, tornando mais difícil a circulação das peças. Para que uma obra datada do século XVIII ou XIX possa sair do Brasil, precisará estar documentada e passar por uma checagem no banco de dados dos sistemas de proteção ao patrimônio.
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Peças sacras somem das igrejas paraenses