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Ubatuba/SP: Limitado acesso à Ilha Anchieta
Cosmo Online: Litoral Norte
janeiro/2006
 
Uma portaria do Instituto Florestal, limitou o número de visitantes ao Parque Estadual de Ilha Anchieta, em Ubatuba, em 1.020 pessoas por dia. A portaria também estabelece que cada escuna só poderá fazer uma viagem por dia até a ilha. Os escuneiros protestam porque dizem que a visitação praticamente ocorrem somente no mês de janeiro.

No verão passado, mais de duas mil pessoas chegaram a visitar Ilha Anchieta no mesmo dia, levadas por mais de uma dezena de escunas que operam a partir do píer do Saco da Ribeira, num dos roteiros turísticos mais procurados de Ubatuba. Algumas destas escunas, que possuem capacidade variando entre 65 a 130 pessoas em cada embarcação, chegam a fazer até três viagens por dia.

"Esta limitação tem por objetivo evitar impactos negativos, pois Ilha Anchieta é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que abriga características ambientais de grande relevância sob o ponto de vista da biodiversidade", explica a Diretora do Parque, engenheira agrônoma Viviane Buchianeri.

Além das praias, um dos pontos de visitação da ilha é o antigo presídio, que está em ruinas.

O Plano de Manejo do Parque estabelece que os serviços de barco serão oferecidos através de concessões, atividades que são autorizadas e regulamentadas pelo Instituto Florestal.

Segundo Viviane Buchianere, um monitoramento realizado durante o período de dezembro de 2003 a dezembro de 2005, constatou que as embarcações que fazem o transporte de turistas para Ilha Anchieta estavam levando para o parque um número de visitantes muito superior aos limites aceitáveis de manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme disposto no artigo 192 da Constituição do Estado de São Paulo.

"Duas mil pessoas na ilha é uma sobrecarga muito grande. Nossa infra-estrutura é pequena e não suporta isto. Temos poucos banheiros, as fossas não dão conta, o lençol freático é aflorante e já termos água contaminada com coliformes fecais", diz a Diretora do Parque. "Era necessário estabelecer normas que assegurassem o desenvolvimento do turismo sustentado, conciliando com os interesses da preservação ambiental".

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