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Ipoema/MG: Museu do Tropeiro completa três anos e lança livro de culinária
Mauricio Campos Wanderley Reis. Instituto Estrada Real
abril/2006
 
O Museu do Tropeiro comemorará três anos de atividades em 1º de abril. Localizado em Ipoema, distrito de Itabira, o museu guarda em suas peças e registros a história da época em que intensificou-se a circulação de tropas na região, transportando alimentos para o Tejuco, hoje Diamantina, e levando pedras extraídas do solo mineiro para o Rio de Janeiro. Em Ipoema, além da história, do artesanato e da culinária, o turista tem à sua disposição belezas naturais, corredeiras, matas, e a possibilidade de praticar caminhadas e esportes radicais, como trekking e canoagem.

Durante as comemorações do aniversário do Museu do Tropeiro, será lançado o Livro de Receitas Tropeiras, resultado de ações nos distritos itabiranos de Ipoema e Senhora do Carmo do Projeto de Desenvolvimento da Produção Associada ao Turismo, elaborado em parceira pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, através do Instituto Estrada Real, e o Ministério do Turismo, com execução do Instituto Euvaldo Lodi.

No prefácio, o Ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, destacou que “a diversidade cultural brasileira, que é um dos atrativos para o turista que viaja pelo País, nos presenteou com uma culinária rica em variedade e sabor”. Lembrando que a edição das receitas de tropeiros é uma das ações do Projeto de Desenvolvimento da Produção Associada ao Turismo, que o Ministério do Turismo desenvolve com o Instituto Estrada Real, ele lembrou que “associar o turismo à culinária típica, assim como ao artesanato, é uma das ferramentas para a construção do turismo sustetável”.

Na sua apresentação, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Andrade, destacou que foi no intuito de resgatar e preservar a memória desta culinária tropeira, nascida da arte e das tradições de Minas Gerais, que a Fiemg, através do Instituto Estrada Real, e o Ministério do Turismo, com o apoio do Governo de Minas, lançam o livro, em mais uma ação integrante do Projeto de Produção Associada ao Turismo. “Editado com o apoio do IEPHA-MG, da Prefeitura Municipal de Itabira e de especialistas, o livro desvenda o segredo de pratos preparados nas localidades de Ipoema e Senhora do Carmo, distritos de Itabira. E cumpre o objetivo de divulgar e promover a culinária tropeira”, afirmou Robson Andrade.

Caminho de bandeirantes e índios, de escravos e tropeiros, a Estrada Real, segundo o presidente da Fiemg, “é também o berço da mais autêntica culinária mineira, que hoje e cada vez mais seduz e fascina turistas do mundo inteiro”. “Três séculos atrás, nos alforjes de couro pendentes a cada lado das cangalhas de burros e mulas, a farinha de milho e de mandioca, o torresmo, o toucinho e a carne salgada de porco e boi, o feijão e o café começaram a escrever a história da gastronomia mineira que, hoje, se constitui em base sólida da indústria do turismo em Minas Gerais”, explicou Robson Andrade, lembrando que nas antigas paragens dos tropeiros, ao redor do fogão improvisado, nasceram pratos que hoje conquistam paladares exigentes.

“Não é de outro lugar, nem de outro tempo, o feijão tropeiro, o bambá de couve, o virado, o frango ao molho pardo, a costelinha com ora-pro-nóbis, a jacuba, o cubu...”, destacou o presidente da Fiemg, considerando “o tropeiro um precursor da moderna indústria do transporte e personagem de fundamental importância na construção dos caminhos reais”.

Segundo a diretora do Museu do Tropeiro, Eleni Cássia Vieira, as receitas constantes do livro são as mesmas “escritas em cadernos, lidas ou passadas de boca em boca”. “As indicações refletem herança vinda de famílias, fortalecidas de geração em geração”, explicou a diretora, para quem “o Museu do Tropeiro reacende a lembrança e cuida de preservar a herança”.

FONTE: Enviado por e-mail.