Você sabia que Santos foi referência na Abolição e que até hoje guarda mistérios sobre este período? Que ainda existe um muar em plena Praça da República? E mais: que o interior da antiga sede do Banespa, na Praça Mauá, continha mosaicos portugueses, semelhantes aos da Casa de Frontaria Azulejada, que só não foram destruídos à picareta por obra de um desconhecido, que pagou pela retirada de cada peça?
Estas e muitas outras curiosidades da Cidade foram a tônica do projeto Reciclando a História, promovido pela Prefeitura de Santos, por meio da Fundação Arquivo Memória de Santos (Fams) para seus funcionários. Durante três horas, nesta quinta-feira (27), cerca de 50 profissionais da Fams viveram surpresas típicas de um turista, ao percorrerem o Corredor Cultural, em visita monitorada com os historiadores José Dionísio de Almeida e Sônia Maria Urbano Silva.
“Eu nem sabia o que significava outeiro”, comentou Ana Maria de Andrade, há cerca de três anos trabalhando como auxiliar na Fams, cuja sede funciona na casa que João Éboli construiu sobre o bloco de rocha que restou do pequeno Morro de Santa Catarina.
A novidade para Daniela Passos Rodrigues, recepcionista, foi descobrir o muar a poucos metros de onde trabalha – no local, nos séculos 18 e 19, eram amarrados mulas e burros, e a peça só resistiu ao tempo graças à intervenção do pai da historiadora Wilma Terezinha, que impediu a retirada do marco, na década de 1960.
O passeio – que deverá ser reprisado no início do próximo ano - envolveu todo o trajeto histórico-cultural do Centro Antigo de Santos – Outeiro, Casa do Trem Bélico, Alfândega, Conjunto do Carmo, Pantheon, Casa de José Bonifácio e Bolsa de Café. O circuito foi encerrado na Casa de Frontaria Azulejada, patrimônio pertencente à Fams e que se encontra em processo de limpeza e reforma estrutural.
FONTE:
Prefeitura Municipal de Santos