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Canaã dos Carajás/PA: Pesquisa integra salvamento arqueológico e educação patrimonial no sudeste do
Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeldi
junho/2006
 
Desenvolvido por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi - PEG/MCT, o Programa de Arqueologia Preventiva na Área de Mineração da Serra do Sossego, empreendimento da Companhia Vale do Rio Doce, já realizou o salvamento de quatro sítios arqueológicos em Canaã dos Carajás, município do sudeste do Pará. A datação do sítio mais antigo é de cerca de dois mil anos e do mais recente, em torno de 500 anos.

O conjunto dos vestígios materiais resgatados, que inclui mais de 30 mil fragmentos cerâmicos, indica que a região pesquisada foi habitada por grupos de horticultores vinculados à tradição ceramista Tupiguarani, caracterizada por formas e decoração menos elaboradas do que as sofisticadas Marajoara e Tapajônica, tradições mais conhecidas encontradas no Pará.

Os estudos arqueológicos na região da Serra do Sossego começaram em 2000, através do levantamento sobre o potencial arqueológico da área que seria diretamente afetada pela exploração de cobre do Projeto Sossego.

A pesquisa arqueológica concentrou-se no sítio Domingos, localizado em uma propriedade particular, na margem direita do rio Parauapebas. Com 60% de área preservada, o sítio possui 400x300 metros de extensão, de onde já foram retiradas várias lâminas de machado de pedra polida, pingentes e contas de pedra, além de três estruturas de combustão, formadas por carvão e argila queimadas, dois almofarizes (pilões) e oito urnas funerárias. Três delas trazem evidências de enterramento de crianças, tendo sido conservados partes dos dentes. Os vestígios indicam que os enterramentos eram realizados quase sempre com oferendas, como pequenos machados de pedra e vasilhames que eram colocados dentro ou ao lado das urnas.

Associado ao Programa de Arqueologia Preventiva, o Museu Goeldi também desenvolve na região o projeto "Educação Patrimonial na Serra do Sossego", que foi diplomado este mês como um dos finalistas da categoria Tecnologia Sociocultural pelo Prêmio Cultura Viva, do Ministério da Cultura (Minc). É o segundo prêmio nacional do projeto de Educação Patrimonial em Canaã dos Carajás, que também teve seu mérito reconhecido pela Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB) ano passado.

O projeto de Educação Patrimonial incluiu pesquisa socio-cultural, oficinas de artes, organização de exposições, visitas ao sítio arqueológico e a Reserva Técnica da Arqueologia do Goeldi, a produção de livro, cartilhas, vídeo e documentação fotográfica. Como característica dos municípios do sudeste do Pará, os educadores do Museu Goeldi trabalharam com uma população migrante de outros estados brasileiros.

A experiência da educação patrimonial do Goeldi também obteve reconhecimento social das comunidades envolvidas e de municípios próximos. Esta semana a direção do Emílio Goeldi recebeu um abaixo-assinado de 170 comunitários de Canaã dos Carajás, reunidos em cooperativa de artesãos formada como resultado das ações de Educação Patrimonial, pedindo que o projeto não paralise suas atividades. O documento também foi encaminhado a Prefeitura, ao IPHAN e a Vale do Rio Doce (patrocinadora do programa e do projeto), que até agora não manifestou sua concordância com a continuidade das ações. Artesãos do município vizinho de Parauapebas também solicitam ao Museu Goeldi que estenda suas ações até aquele município.

Para obter mais informações sobre o assunto ou a matéria completa, com fotos,
entre em contato com a Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeldi pelo e-mail ou pelos telefones: (91) 3249-8923 e 3219-3312.