O Memorial da Justiça de Pernambuco recebeu das comarcas de Bonito, Nazaré da Mata, Goiana e Ipojuca cerca de 6.726 processos judiciais criminais e cíveis dos anos de 1830 a 1900. Segundo o arquivista Evaldo Dantas, parte desses processos - que começaram a chegar em agosto do ano passado - integram o patrimônio histórico-antropológico do nosso Estado.

"Antes de receber um tratamento técnico arquivístico para guarda, os processos são higienizados e, quando necessário, passam por uma restauração, quando enfim são disponibilizados para pesquisa", informa Evaldo.

Além de processos judiciais antigos, o Memorial também resgata outros documentos de conteúdo histórico, com a "Transcrição de Penhor de Escravos", livro datado de 1867, que se encontrava no Tabelionato da Comarca de Rio Formoso. A peça registra negociações de escravos feitas por senhores proprietários.

Um dos processos da Comarca de Nazaré da Mata trata do caso em que um grupo de 20 escravos entrou com uma ação de liberdade, quando na época, as ações só poderiam ser impetradas por uma pessoa. Um outro caso interessante é o da escrava Rita, que matou a sinhá a pauladas, por possuir uma relação amorosa com o seu senhor, que era seu cúmplice na trama. No caso, a escrava foi absolvida porque era tida como mercadoria e o senhor preso e condenado no primeiro grau.

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