No fim do mês passado, a peça de bronze com 910 quilos fundida em 1726 foi erguida por uma retroescavadeira. Após mais de dois séculos no chão, ao ser levantado, o pêndulo se mostrou intacto e a ausência de rachaduras internas permitiu que as badaladas do sino da antiga Igreja de São Miguel das Missões, no interior do Rio Grande do Sul, pudessem ser ouvidas novamente.
Mas uma equipe de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) não está satisfeita apenas com a oportunidade de examinar o sino ou de poder gravar para a posteridade o som por ele produzido.
"Queremos recolocá-lo no alto da torre, para que suas badaladas possam voltar a ecoar pela região", afirma Edison Hütter, diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Cultura Indígena (Nepci) da PUC-RS e um dos responsáveis pelo projeto. "Isso é importante para resgatar a cultura dos povos das missões. Provavelmente, trata-se do primeiro sino do Rio Grande do Sul e um dos primeiros do Brasil", afirma o pesquisador.
Além de erguer o sino para pesá-lo e verificar o estado interno, os pesquisadores também retiraram três amostras. Testes realizados também na PUC-RS atestaram a composição de 80,06% de cobre e 19,94% de estanho na peça.
Segundo a professora Berenice Dedavid, responsável pelas análises, o metal líquido usado na construção do sino deve ter sido derramado em um molde feito no solo, com argila da própria região. A composição da peça é a mesma dos sinos produzidos entre os séculos 16 e 17.
Para ler o artigo na íntegra, clique: PUC-RS ajuda a recuperar a história nacional
|