Já está em poder da direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), a escultura Soldado Romano, de madeira, medindo 2,05 metros, que seria de autoria de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho). A entrega da peça, que estava em Embu das Artes (SP), foi intermediada pelo Ministério Público de Minas, via Coordenadoria das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural, Histórico e Turístico (CPPC). O antiquário paulista Marcelo Aguila Arco, que estava com a peça, assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) na presença dos promotores Fernando Galvão da Rocha e Marcos Paulo de Souza Miranda. O objeto foi entregue na manhã de ontem.

O Ministério Público instaurou procedimento administrativo para investigar a origem e a autenticidade do Soldado Romano. Os promotores informaram que, depois de vários entendimentos, Marcelo Aguila cooperou nas investigações e entregou a escultura, que, agora, será alvo de perícia pela equipe técnica especializada do Iepha. O presidente do órgão de proteção do patrimônio estadual, Octávio Elisio Alves de Brito, disse que, até 2 de fevereiro, com base na análise da imagem, será emitido um laudo sobre a origem, autoria e valor cultural da imagem.

“Somente depois do término da perícia será possível saber se a obra é do Mestre Aleijadinho, de sua equipe técnica, ou uma cópia ou montagem sem valor cultural”, afirmou o dirigente. A escultura guarda semelhanças com os soldados existentes nos Passos da Paixão de Cristo, do conjunto da Matriz de Bom Jesus de Matosinhos, de Congonhas, a 89 quilômetros de Belo Horizonte, que é tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), e foram esculpidos por Aleijadinho há exatos 200 anos.

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