Leia mais
Circuito das Águas/SP: Caixa abre inscrições para Programa de Adoção de Entidades Culturais
Santos/SP: Fams encaminha aos EUA primeiro projeto internacional para captação de recursos
Portugal Turismo cultural: ministra defende alianças com privados
O MNBA - Museu Nacional de Belas Artes - amplia seus espaços para poder crescer
Rio de Janeiro/RJ: Museu Histórico Nacional, após 3 anos de obras, é reinaugurado
Painel
Painel

 
Fortaleza/CE: Visita ao passado
Mariana Toniatti. O Povo
março/2006
 
O bairro de Jarecanga guarda preciosidades do tempo em que a burguesia fortalezense ergueu ali seus casarões, na primeira metade do século passado. Como a especulação imobiliária continua a dar sossego ao bairro, os palacetes resistem ao tempo, à falta de interesse e de dinheiro para sua conservação. Continuando a série de matérias sobre o patrimônio histórico de Fortaleza, o Vida & Arte fez um passeio por esse pedaço da história da cidade e convida você a percorrer o mesmo roteiro.

Nos primeiros anos do século XX, o burburinho do Centro, que de bairro residencial transformava-se paulatinamente num bairro misto, abrigando cada vez mais comércios e serviços, começou a incomodar a burguesia da cidade, que até então fazia ali sua morada. Procurando outra área nobre, a elite encontrou novo pouso no bairro Jacarecanga, de onde, ao longe, se podia avistar o mar. Em volta do areial do quarteirão que mais tarde deu lugar a Praça Gustavo Barroso, a do Liceu, a burguesia ergueu seus palacetes e sobrados vistosos.

Do apogeu, na primeira metade do século XX, ao declínio, que chegou com a obra de construção da avenida Leste-Oeste, na década de 70, o bairro guarda lembranças. Ao longo da avenida Francisco Sá, na rua São Paulo e arredores, algumas edificações resistem ao tempo e à falta de investimentos, reconstruindo a memória de um tempo de esplendor, antes da nova avenida abrir caminho para a pobreza se instalar nas proximidades do bairro, fazendo com que os ricos saíssem mais uma vez de mudança.

Dando continuidade à série de matérias sobre o patrimônio edificado de Fortaleza, o Vida & Arte visita bairros históricos da cidade à procura de registros físicos de sua memória e começa o passeio por Jacarecanga na companhia de Olga Paiva, chefe da divisão técnica da 4ª Superintedência do Iphan, e de José Renato Cirino, arquiteto diretor do escritório técnico do Iphan no Sítio Histórico de Icó. No caminho, três casas mereceram destaque.

A primeira e mais antiga reflete o início da ocupação burguesa. O palacete, de 1905, construído no quadrilátero da praça, conserva vestígios do passado, apesar do pouco interesse do inquilino e do proprietário. Na outra esquina, uma casa de três pavimentos chama a atenção pela ousadia e complexidade da construção de 1917. Descendo a avenida Francisco Sá, um sobrado da década de 40 fecha o passeio. Na próxima semana, a visita guiada segue outro roteiro, percorrendo um novo bairro à procura de mais casas e histórias.

Para ler o artigo na íntegra, clique: