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Bonde Turístico: 4 anos
Fernando Perez Carvalho e Waleska Gomes Gabilan
outubro/2004
 
No dia 23 de setembro, comemorou-se o quarto aniversário da implantação da Linha Turística do Bonde, no centro de Santos. A iniciativa tem dado excelentes resultados: somente no primeiro semestre, mais de 60 mil pessoas passearam de bonde, praticamente a mesma quantidade de passageiros referente a todo o ano de 2003, segundo dados da Secretaria de Turismo de Santos - Sectur -.

Porém, ainda são necessários aprimorar "detalhes técnicos", como conseguir uma melhor sincronia entre a explanação do guia e o trecho percorrido e restaurar a fachada de algumas edificações localizadas na rota em que o bonde circula. Um exemplo disso é o Largo do Marquês de Monte Alegre.

O Bonde Turístico do Centro de Santos, ao longo destes quatro anos, tem-se mostrado um auxiliar eficaz na preservação da história e do patrimônio arquitetônico da cidade, e um modelo de como isso pode se utilizado para fomentar a atividade turística e revitalizar áreas degradadas. Para a funcionária da Sectur, Maria Leopoldina, “o bonde foi a ‘mola propulsora’ de todo o Projeto Alegra Centro e atraiu os turistas que vinham a Santos exclusivamente para usufruir a praia e os atrativos em torno da orla”.

Apesar do reconhecimento do público e da importância dada à data pela Secretaria de Turismo, a comemoração - com direito a bolo, banda marcial e encenação de grupo teatral -, foi pouco divulgada, limitando-se, em sua grande parte, às páginas do Diário Oficial de Santos.

Outro projeto de destaque associado ao atrativo é o “Programa Vovô Sabe Tudo”, responsável pela contratação de antigos funcionários que trabalharam como condutores e motorneiros nas linhas originais. Esses adoráveis senhores informam ao passageiro o percurso e contam histórias de como era o dia-a-dia na época em que o bonde era o principal meio de transporte de pessoas, de cargas e até de caixões. Um exemplo é Adhemar Nascimento, de 68 anos, um “Vovô Sabe Tudo” muito orgulhoso de ter trabalhado como condutor por mais de 20 anos. Ele é categórico ao afirmar que “algumas linhas de bonde poderiam voltar a circular na Cidade como alternativa de meio de transporte regular como antigamente, não apenas como linha turística”.