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Belém/PA: Crédito para reforma não é conhecido
Noely Lima. Portal ORM
janeiro/2006
 
A casa do eletricista Osmar Rodrigues, de 71 anos, localizada na rua Joaquim Távora, entre Dr. Malcher e Dr. Assis, no bairro da Cidade Velha, ainda guarda traços da beleza dos casarões antigos do século 18, apesar de já ter passado por reformas. Os janelões e as paredes grossas mostram que estamos diante de um imóvel que faz parte do centro histórico de Belém. A casa foi construída em 1882 e é o orgulho do proprietário, que faz questão de guardar com carinho a placa que consta o ano de construção do imóvel. 'É uma casa muito antiga, que não tem preço. O valor histórico que ela possui é muito importante na minha vida', afirmou o morador.

Mesmo sabendo da importância de seu imóvel, seu Osmar afirma desconhecer a liberação do financiamento e demonstra desconfiança com relação ao recurso. 'Ouvi falar sobre esse assunto, mas confesso que não estou muito otimista, pois não acredito que a Prefeitura de Belém vai nos conceder um empréstimo para a reforma de nossos lares. Todas as reformas feitas em minha casa foram pagas com o meu dinheiro', declarou o eletricista. O depoimento de seu Osmar serve para mostrar que a maioria dos moradores de residências históricas desconhece a existência do Programa Monumenta, que é um projeto em parceria com o Ministério da Cultura e a Caixa Econômica Federal, que está disponibilizando recursos financeiros para a reforma desses imóveis. O primeiro edital do programa foi lançado em Belém no ano passado, através da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), mas teve pouca procura por parte dos moradores do centro histórico de Belém. Apenas 13 pessoas participaram do processo e 11 foram selecionados para obter o recurso. O pouco interesse dos moradores de prédios antigos fez a Fumbel lançar um segundo edital.

Para Filomena Mata Longo, diretora do Departamento de Patrimônio Histórico da Fumbel, a falta de sensibilidade é um dos motivos do desinteresse dos moradores pelo financiamento. 'Existe uma série de fatores que colaboram para essa falta de interesse. Grande parte dos acervos arquitetônicos era de famílias tradicionais, que tinham condições financeiras de manter a residência. No entanto, hoje esses imóveis estão nas mãos de netos ou herdeiros que possuem um baixo poder aquisitivo para manter o prédio, e isso dificulta a viabilidade do programa. Mas o mais grave de todos os fatores é a falta de sensibilidade da população, que não aprendeu a valorizar a histórica da cidade', opinou Filomena. Segundo ela, a Fumbel pretende desenvolver um trabalho de base para prestar orientação à população que reside nesses imóveis. 'Estamos tentando encontrar um tipo de programa que possa esclarecer os moradores dessas áreas. As pessoas desconhecem até mesmo o direito de ficar isento do IPTU. Essas casas consideradas patrimônio históricos estão isentas, desde 1994, de pagar o IPTU', informou.

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