A pesquisadora Beatriz Diógenes reflete sobre a banalização do patrimônio histórico de Fortaleza. Partindo da migração histórica da burguesia - do Centro ao bairro da Aldeota, zona leste - ela registra o desaparecimento de edificações antigas na área. Discorre sob o ponto vista do planejamento urbano e arquitetônico. E propõe uma força conjunta criteriosa, em prol da memória da cidade.
O ritmo de crescimento das grandes cidades brasileiras há muito não é o mesmo. Desde os anos 70 e 80 do século XX, muitas mudanças ocorreram. Fortaleza, tal como outras metrópoles do País, também passou por alterações significativas. A chamada "decadência" do Centro principal fez com que atividades antes restritas à área central se deslocassem para outros bairros. Processo semelhante também ocorreu em bairros diversos de cidades brasileiras, como Botafogo, Copacabana e Tijuca no Rio de Janeiro, Higienópolis e Avenida Paulista em São Paulo, Corredor da Vitória e Pituba em Salvador e Madalena e Espinheiro em Recife, só para citar alguns exemplos.
No caso de Fortaleza, esse deslocamento ocorreu em direção ao quadrante leste/sudeste, transformando a Aldeota, ou parte dela, num novo centro de comércio, negócios e lazer da Cidade. Historicamente tido como bairro residencial de alta renda e reduto da burguesia fortalezense - formado em sua maior parte por residências amplas, localizadas em grandes lotes arborizados - a Aldeota foi palco de um intenso processo de alterações no seu espaço urbano, fenômeno ocorrido desde meados da década de 70, com a inauguração do primeiro shopping center da cidade - o Center Um - e a transferência do Palácio do Governo (Abolição) para a zona leste.
A avenida Santos Dumont, principal vetor de expansão de desenvolvimento do bairro e de toda a zona leste da Cidade, foi se descaracterizando ao longo do tempo. As mansões ali situadas foram alterando seu uso original, transformadas num primeiro momento para abrigar Repartições Públicas ou atividades comerciais e de serviços, ou ainda - e mais recentemente - simplesmente demolidas. Nas últimas décadas, um processo acelerado de verticalização substituiu as antigas casas por edifícios altos, residenciais ou comerciais.
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Aldeota dinâmica urbana e memória