PESQUISA DE MESTRADO CONSTATA QUE COMUNIDADE DE PESCADORES FOI DESTRUÍDA PELO TURISMO PREDATÓRIO E A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA
O pescador Cícero Romão dos Santos, 75 anos, nasceu na antiga comunidade de pescadores que se formou à beira-mar, no antigo povoado do Francês. Durante anos viveu e sustentou a família da pesca farta tirada do mar. Resistiu à especulação imobiliária que transformou o antigo povoado em movimentado balneário, um dos destinos mais procurados do País. Mas enquanto o Francês se tornava um point nacional, ele ficava espremido entre as construções, vivendo a amargura e a miséria de quem perdeu espaço para o progresso e ficou à margem dos benefícios. Cícero é a personagem perfeita para ilustrar uma pesquisa de mestrado realizada pela geógrafa Elizabeth Carvalho Martins, que mostra os impactos sociais e ambientais que o turismo provocou no Francês.
“A comunidade foi desestruturada e descaracterizada. A paisagem foi devastada, e os pescadores, que deveriam ser beneficiados com as mudanças, foram expulsos por uma nova realidade que não considerou a importância da antiga comunidade e nem da conservação da área”, destaca Elizabeth.
Segundo ela, isso acabou por tirar o encanto do lugar, transformando-o apenas em“um espaço”. Na sua opinião, a Praia do Francês está em seu último estágio de saturamento, em que o turista chega, olha, constata a paisagem e vai embora, sem ter qualquer contato com a vida e os costumes do lugar...
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