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Macau: Não deitem abaixo o património
Island Ian. Macau Hoje
janeiro/2006
 
A notícia caiu como uma bomba entre vários sectores da sociedade que se preocupam com o património. Arquitectos e historiadores não gostaram da ideia e apelam ao Governo para que mude de intenções. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais anunciou que, já no próximo mês, o Mercado de São Lourenço vai ser demolido. A Associação para a Protecção do Património Histórico e Cultural de Macau teve reacção imediata: não deitem o edifício abaixo. Se o fizerem, alertam os responsáveis da associação, estarão a dar cabo do património da cidade.

Edificado em 1954, o Mercado de São Lourenço foi projectado por Chan Kwan Pui. Poderá não ser a obra mais conhecida de um arquitecto que deixou várias marcas na cidade, mas é um dos argumentos empregues pela associação. Chan Kwan Pui é o autor do edifício da sede dos Correios e dos Bombeiros; o Mercado de São Lourenço revela outra faceta da obra do arquitecto, pelo que há que o preservar, em vez de o demolir, sustentam.

Foi com surpresa que os membros da Associação para a Protecção do Património Histórico e Cultural de Macau receberam a notícia da destruição do edifício da Rua da Praia do Manduco, mais a mais porque manifestaram, recentemente, uma opinião que vai em sentido contrário. “No final do ano passado, expressamos as nossas opiniões a Florinda Chan, que prometeu transmiti-las ao IACM. No entanto, nem o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais nem a Secretária para a Administração e Justiça reagiram até ao momento. Agora, chega esta notícia,” apontou ontem Chan Su Weng, um dos vice-presidente das associação, académico local com trabalho reconhecido ao nível da pesquisa histórica. “Na realidade, desde 2004 que nós, bem como outras associações, temos vindo a alertar o Governo para a importância deste mercado no contexto da recuperação dos bairros degradados da cidade. O mercado deve ser reabilitado mas não destruído, deve ser encontrada uma forma de combinar os novos e os velhos elementos.”

O presidente da mesma associação, Cheang Ko Keong, diz não conseguir entender a “pressa do Governo” em demolir o mercado, uma vez que “existe a consciência de que a destruição do edifício está longe de ser consensual.” O responsável defende que o Mercado de São Lourenço não só deve ficar de pé como deve desempenhar um papel fundamental, dada a sua localização. “Pode funcionar como um edifício de ligação a outros com valor histórico, como a Casa do Mandarim, incluída no conjunto classificado pela UNESCO como património mundial.” A zona em redor do mercado tem toda ela um valor histórico que não deve ser desprezado, argumenta ainda Cheang, que se recusa a aceitar que o Governo de uma região com património classificado pela UNESCO avance com uma medida destas.

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