Das 200 obras do acervo de arte do Banco Central, 119 necessitam passar por processos de limpeza e troca de molduras, ao custo de R$ 150 mil.
Entre os tesouros, atualmente mantidos, a 21 graus Celsius na caixa-forte, estão obras assinadas por Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Volpi, Cícero Dias, cujos valores, somados, podem atingir US$ 40 milhões.
Infelizmente, permanecem, na maior parte de suas existências, na reserva técnica acima mencionada, apresentadas ao público em exposições esporádicas. Economicamente, altíssimo valor para as empresas seguradoras e casas de leilão, um bem patrimonial, de fato. Paradoxalmente, culturalmente, o oposto, afinal, qual o valor de uma obra de arte que não atinge o olhar público?
O acervo data de 1981, resultado do pagamento das pendências do Banco Halles, seu antigo proprietário, após a liquidação extrajudicial da instituição financeira.
O orçamento foi apresentado em maio, porém, a restauração depende da aprovação da diretoria do Banco Central. Apesar de estar em bom estado, a deterioração dá seus primeiros sinais, principalmente nas obras em papel que representam cerca de 50% do acervo. A demora para a realização das atividades coloca o acervo em risco de desaparecimento não pela ação da natureza e sim, pela da burocracia.
FONTE: Folha de São Paulo. Dinheiro.
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