Leia mais
Portugal: Três dias a mostrar a história da cidade
Artes: Museu alemão quer vender obra de Monet para sair de crise
Rio de Janeiro/RJ: Instituto Benjamim Constant terá museu para deficientes visuais
Carnaúba dos Dantas/RN: Historiador lança livro em Carnaúba dos Dantas
Miranda/MS: MS conclui tombamento de prédios históricos em Miranda
Painel
Painel

 
Santos/SP: Arquivo Permanente fecha a partir desta sexta-feira para preparar mudança
Prefeitura Municipal de Santos
dezembro/2005
 
Os cerca de 60 mil documentos do Arquivo Permanente (AP), situado na Casa de Frontaria Azulejada (Rua do Comércio, 96), da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), começam a ser preparados na próxima segunda-feira (26) para mudança, o que exigirá a suspensão temporária das atividades abertas ao público. Nesta sexta-feira (23), em função do ponto facultativo decretado pelo Executivo, a unidade também estará fechada, a exemplo de todo o complexo gerenciado pela Fams.

A mudança é necessária em função das condições da sede do AP, que precisa de reforma para eliminar infiltrações, entre outros problemas, e garantir a segurança na Casa de Frontaria Azulejadada, uma das mais significativas obras arquitetônicas de Santos, construída em 1865, tombada pelo patrimônio nos níveis Municipal, Estadual e Federal.

O empacotamento e acondicionamento dos documentos exige atenção especial. A mudança para as novas instalações na Rua Amador Bueno, 61, ficará a cargo da TMN Transportes, vencedora da licitação realizada pela Fams. O AP guarda a documentação da Prefeitura, Câmara, Milícias e do Fórum gerada entre a época do Império e 1953.

São livros, testamentos, escrituras, mapas, registros e outros documentos que relatam a história de Santos desde 1700. Cerca de 90% dos documentos são manuscritos e, entre as raridades do acervo há o convite de inauguração do Teatro Coliseu, uma nota fiscal do século XIX, obras de Martins Fontes e Vicente de Carvalho, datadas de 1908, e registros curiosos como um de 1857, autorizando o sepultamento de escravos no Cemitério do Paquetá. No AP encontra-se o documento mais antigo da Cidade: um contrato para a pesca de baleia, datado de 1765.

CASA DA FRONTARIA
Importante obra arquitetônica de Santos, foi construída para residência e armazém do comerciante português Manoel Joaquim Ferreira Netto em época de acúmulo de riquezas, decorrente da alta da exportação cafeeira. O prédio, com dois pavimentos, ficou conhecido pela sua fachada de influência neoclássica formada por azulejos em alto relevo importados de Portugal.

Concebida em forma de ‘U’, a construção tinha a abertura voltada para o mar e ia até o Porto. Segundo o livro Santos Noutros Tempos, de Costa e Silva Sobrinho, isso facilitava o processo de carga e descarga de mercadorias: os produtos chegavam até o armazém por meio de barcas, que navegavam no canal interno aberto na casa.

Com os anos, o sobrado passou a ser utilizado como escritório, hotel, armazém de cargas e, por fim, como depósito de adubos químicos. Em 1973, foi tombado pela antiga Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que proibiu o proprietário de utilizá-lo para guardar fertilizante, provocando o seu abandono definitivo. Anos mais tarde, vieram também os tombamentos pelo Condephaat e Condepasa.

Em 1986, quando foi desapropriada pela Prefeitura, a Casa da Frontaria Azulejada estava semidestruída, sem o teto e o piso superior. A recuperação da fachada da casa aconteceu em 1992, com a devolução da estrutura original da porta principal e dos azulejos, restaurados ou reproduzidos. No trabalho, realizado pelo artista plástico Luís Sarasá, foram utilizadas 7 mil peças novas.

FONTE: Prefeitura Municipal de Santos