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Portugal: do centro histórico velhos e desabitados
Margarida Fonseca. Jornal de Notícias
março/2006
 
Sem gente e com armazéns gigantes devolutos, o centro histórico de Gaia entrou em declínio e tornou-se em fachada para algumas caves de vinho do Porto venderem marcas famosas a turistas. Sabe-se, agora, que 80 % do espaço ribeirinho, candidato a entrar na lista do Património Mundial da Humanidade, não têm sinais de vida e correm o risco de desaparecerem se não houver quem o socorra.

Um dos instrumentos de salvação chama-se CidadeGaia, designação atribuída à Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) que, na próxima quinta-feira, dá os primeiros passos contra a degradação é adjudicado o "masterplan" à Parque Expo, empresa que, até Junho, terá de traçar as linhas mestras de reabilitação.

Com a proposta de estatutos já prontos, a Câmara de Gaia está determinada em conseguir que a SRU sirva para levar por diante o plano estratégico para as caves, já delineado no anterior mandato de Luís Filipe Menezes, que usará, assim, instrumentos legais para impor a recuperação do edificado. Ou seja, em caso de desacordo, os proprietários dos cerca de 70% de armazéns devolutos poderão ser, coercivamente, obrigados a entrar nas regras do jogo da reabilitação, com a Edilidade a poder expropriar e a tomar posse administrativa dos edifícios caso as obras não sejam concretizadas.

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