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A Festa do Divino: Espaço de Sociabilidade, Religiosidade e Lazer
Elis Regina Barbosa Angelo1
 
Resumo: A investigação sobre a festa religiosa, conhecida como a Festa do Divino Espírito Santo, será analisada como uma atratividade relevante para a comunidade da Vila Carrão em São Paulo advinda dos costumes açorianos mantidos ao longo dos tempos em meio às adversidades da contemporaneidade. Ao passo que busca a percepção do território no qual se desenlaçam atividades culturais luso-brasileiras como um emaranhado de elementos e traços da cultura e da história dos açorianos, também analisa a perspectiva do espaço enquanto elo entre o passado e o presente, favorecendo a visibilidade das identidades. Palavras-Chave: Açorianos, Identidades, Territórios.



Abstract: The research about the religious party, known as the "Festa do Divino Espírito Santo" will be analysed as a relevant attractivity to the community of Vila Carrão in São Paulo that came up from the Azoreans customes kept along the time between the contemporary adversities. At the same time in search of territory perception in which are untied the luso-brazilian cultural activities seen as a tangled of elements and traces of the culture and the history of Azoreans, it also analyses the space prospective as a link between past and present, favoring the visibility of identities.









As festas e comemorações religiosas fazem parte do legado cultural português, em especial a festa do Divino Espírito Santo, que todos os anos é comemorada pelas comunidades que vivem em alguns estados brasileiros, sobretudo de origem açoriana.

Estas festividades que ocorrem no mês de maio faziam parte das tradições luso-brasileiras que arrecadavam donativos e animavam a população paulistana. Atualmente a festa reduziu-se à comunidade açoriana da Zona Leste de São Paulo e em outras cidades do interior do Estado, que conseguiram manter um elo entre o passado e o presente por meio dessa manifestação da cultura açoriana.

Sobre o passado, algumas impressões favorecem as reminiscências atualmente visualizadas:

A festa profana constava comumente dos clássicos leilões de prendas, levantamento do indefectível "pau de sebo" e do "mastro", do Divino com as tradicionais salvas de "roqueira", queima de rojões e "fogueiras" que a sinonímia indígena converteu em "caiera" finalizando com o insubstituível "cateretê" entre a caipirada, e baile à européia para os convidados mais grados do festeio, terminando tudo em, opípara ceia para todos, na "casa do império", e farta distribuição de gêneros alimentícios aos pobres. (FREITAS, 1985: 169-170)


Apesar da extinção de alguns elementos que constituíam a festa profana do Divino, a comunidade açoriana que vive atualmente na Vila Carrão em São Paulo e nos bairros adjacentes conseguiram manter a religiosidade lusitana por meio de suas manifestações criadas e recriadas por seus descendentes no espaço demarcado pela cultura açoriana.

Das mudanças têm-se um panorama que acomete as intenções que culminaram no que atualmente se discute como manifestação da cultura:

Mas as festas do Espírito Santo em nossa terra perderam toda originalidade da primitiva comemoração profana, com o desaparecimento do peditório em folia, desassimilado pela enorme massa de imigração bruscamente fixada em São Paulo expoente incomparável de vitalidade e de progresso, mas também elemento poderosamente modificador de usos e de costumes; daí talvez, ter-se originado, moderadamente, a série de proibições conjuntas do poder eclesiástico com o secular que, a partir do bispo D. Antonio de Mello, vem apressando o desaparecimento da tradicional prática. (FREITAS, 1985: 177)


Os impedimentos ditados pelo Governo da Província, norteados pela Igreja e pelo Estado, definiam as proibições, nos quais alguns elementos continuaram traçando a festa do Divino com as restrições deferidas pelo alvará de 25 de dezembro de 1608, que:

... derrogando implicitamente proibições anteriores, determina que se "não podem esmolar sem licença, e nunca com imagens nas mãos pelo pouco respeito com que as tratam", e esclarece, sobre "as circunstâncias que se devem primeiro averiguar e as restrições com que depois se hão de conceder tais licenças". A carta régia de 14 de junho de 1728 fez privativa dos capitães-generais a concessão de licença para o peditório em folia". (FREITAS, 1985: 177)


Diante das proibições, as festas foram paulatinamente modificando seus princípios, alterando algumas peculiaridades e singularidades como uma forma de manter os costumes e hábitos que agora desagradavam a Igreja e o Estado. No entanto, a manifestação conseguiu ser mantida em alguns pontos do país, onde atualmente se percebe maior ou menor evidenciação.

Com as mudanças das fábricas e indústrias da cidade de São Paulo, alguns açorianos se instalaram na Zona Leste de São Paulo, onde passaram a viver e manter algum tipo de elo com o passado. Na tentativa de reunir o maior contingente possível de açorianos e seus descendentes, foi criada em 22 de junho de 1980 a Casa dos Açores de São Paulo. Assim, a primeira festa do Divino (agora no espaço demarcado pelos açorianos e seus descendentes) foi realizada pela comunidade açoriana na Vila Carrão em maio de 1974, na tentativa de dar visibilidade à memória e às tradições açorianas.

Na fase de expansão da Zona Leste, alguns açorianos vieram se estabelecer na região, em especial, por conta da oferta de empregos na indústria têxtil Guilherme Giorgio, que culminou na formação e reorganização do espaço enquanto território de reminiscências açorianas.

Seguindo os passos dos açorianos que comemoram a Festa do Divino na Vila Carrão há mais de trinta anos, pode-se dizer que esta celebração religiosa inicia-se no domingo de Páscoa, cinqüenta dias antes do domingo de Pentecostes.

É considerada uma festa tradicional Luso-Açoriana, na qual desenlaçam-se atividades como a reza dos terços diária durante as sete semanas, sendo alternadas as rezas de forma cantada por homens e mulheres da comunidade.

Os símbolos do Divino que incluem Coroa e Bandeira são levados para diferentes casas sorteadas a cada ano, sempre no ultimo domingo de festa. São conhecidas como "as domingas do Divino". Nesta data são estipuladas as casas nas quais ocorrerão as rezas e demais rituais da festa. Também ocorrem nesta ocasião as Folias do Divino, que são as cantorias feitas de improviso por repentistas que vão recolhendo e agradecendo a comunidade pelas doações arrecadadas durante a festa. São levadas nestas folias as lingüiças, alheiras, massas sovadas, malassadas, morcelas e vinho, típicas da gastronomia açoriana, doadas pelos colaboradores da Casa dos Açores, também vendidas durante as festividades na rua onde está localizada.

No dia de Pentecostes às nove horas e trinta minutos inicia-se a procissão saindo da Casa dos Açores em direção à Igreja Santa Marina, Virgem da Vila Carrão, onde é realizada a missa em louvor ao Divino Espírito Santo.

Durante esse ritual religioso, sete crianças são coroadas e dão a benção aos presentes em nome do Divino Espírito Santo. Durante todo o dia continuam as festividades ao Divino com apresentação de grupos folclóricos que cantam e alegram os visitantes com as antigas cantigas portuguesas.

A cada ano a festa é organizada por um casal diferente, anunciado e escolhido na festa anterior, também conhecido como os mordomos da festa, e iniciam-se as comemorações ao longo das semanas que antecedem o domingo de Páscoa.

Este elo entre passado e presente, faz com que a festa seja analisada enquanto uma representação da cultura açoriana, que constitui-se na vida política, social e cultural dessa comunidade.

As alterações observadas ao longo dos processos da imigração luso-açoriana e dos entrelaçamentos estabelecidos pela inserção de outros imigrantes demonstram o papel que as identidades definem e redefinem ao longo das gerações:

Se um sentido de identidade se perdeu, precisamos de outro. Isso faz com que tornemos-nos cientes de que identidades não são nunca completas, finalizadas. Ao contrário, estão em permanente processo de constituição. São narrativas, discursos contados a partir do ponto de vista do outro. (ESCOSTEGUY, 1999:196)


Diante desse ponto de vista, as identidades construídas e reconstruídas também mantém um elo entre o passado das representações culturais e religiosas por meio da festa, pois, permaneceram em especial por conta das experiências dos sujeitos nas suas práticas.

As identidades culturais vêm de algum lugar, têm histórias. Mas, como tudo que é histórico, elas sofrem uma transformação constante. Longe de estarem eternamente fixas num passado essencializado, estão sujeitas ao contínuo "jogo" da história, da cultura e do poder".(HALL, 1990:225)


Dessas identidades das quais faz-se relevante a perspectiva do território, demarcado pela comunidade lusa, estão englobados também os açorianos e seus descendentes que vivem nos bairros XV de Novembro e Vila Progresso ( extremo Leste) da cidade de São Paulo que participam ativamente da promoção da festa enquanto associados da Casa dos Açores e também dos eventos patrocinados com a finalidade de arrecadação de fundos, promovido ao longo do ano em calendário.

Neste espaço são oferecidos alguns eventos gastronômicos e religiosos como a "Bacalhoada, Massa Sovada, Terços do Divino Espírito Santo, Festa do Divino, Quermesse da festa, Cordeiro Assado, Coquetel dos colaboradores, Aniversário dos Açores, Cozido Açoriano, Revelando São Paulo (no parque da Água Branca), Semana Cultural Açoriana, apresentação dos grupos Folclóricos. Massa Sovada de Natal, entre outros".

Pensar nesse território, como espaço de sociabilidade onde ocorrem as manifestações da cultura por meio da festa religiosa é também fazer referência às festas coloniais, que ocorriam em espaços considerados locais de trocas positivas e também espaços de luta pela continuidade da memória dos Açores.

Assim, a festa e seu território podem ser visualizados como:

...expressão teatral de uma organização social, procurando focalizar a participação dos diferentes atores, segmentos de elite, índios, populares, negros e escravos, o que tornou o seu significado bastante multifacetado e dinâmico, podendo ser um espaço de solidariedade, alegria, prazer, inversão, criatividade, troca cultural, e, ao mesmo tempo, um local de luta, violência, educação, controle e manutenção dos privilégios e hierarquias. (PRIORE, 1994:70).


Ao pensar no território como uma construção de experiências e trocas sociais e culturais, deve-se entender que o espaço no qual se inscrevem as trocas sociais para a construção de territórios está intimamente ligado aos tempos.

O tempo se faz presente na composição dos traços que vão inscrever as histórias e memórias de um local. Assim:

A concepção do espaço apresenta-se umbilicalmente ligada à concepção de tempo. A transformação de um implica imediato ajuste do outro. Compreender o espaço passa, sem a menor sombra de dúvida por com preencher o tempo, sendo que o âmbito desta afirmação não se alinha simplesmente com as preocupações dos físicos a respeito da natureza destas importantes grandezas físicas. Tratamos o espaço como uma forma de manifestação da cultura. Sendo assim, transformações nas estruturas culturais provocadas pela evolução do conhecimento ou, melhor dizendo, da cultura (como no caso do tempo), implicam transformações no modo de ocupação do espaço. Dessa forma, espaço e tempo apresentam-se como fundamentais, indissociáveis textos culturais. (SILVA, 2000:47-48)


No que se refere ao espaço, o que se percebe é que indiferente do tempo, suas formas e dimensões seguem uma estruturação associada ao que os homens construíram e como se deu esse processo temporalmente. Já o tempo parece ser algo complexo, de difícil apreensão e compreensão.

A idéia de tempo representada permeia o passado, o presente e o futuro que de certa forma não se relaciona com o ser humano de maneira simplista. Assim:

O passado não tem entrada, o futuro não tem saída, situado na posição intermediária, o presente é tão breve e inapreensível, que não possui extensão própria e parece reduzir-se à conjunção do passado com o futuro. É tão instável que nunca fica no mesmo lugar; e tudo aquilo que é por ele atravessado é retirado do futuro para ser entregue ao passado. (ELIAS,1998:64)


Quando se pensa no passado para rememorar fatos do presente, se abre um recorte no tempo e inicia-se um relembrar que a cada instante já não é mais presente, é futuro. O tempo passa a ser relevante quando se apropria do espaço e do território enquanto formações temporais de memórias e histórias.

O tempo ou os tempos devem ser apreendidos enquanto criações. Para melhor explicitar essa idéia, parte-se da questão da construção dos territórios por meio das temporalidades, onde:

Cada lugar, embora ligado a uma totalidade que se auto constrói ao longo da história, tem sua especificidade relacionada ao entrecruzamento dos tempos diferenciados. Nosso ponto de partida é o tempo presente, impresso na forma da metrópole como morfologia que revela o entrecruzamento de tempos impressos nas formas, presentes nos hábitos, portanto um tempo que se refere a um espaço e, com isso, diz respeito a uma história humana urbana como realização da vida no espaço e através dele. (CARLOS, 2001:46)


O espaço e tempo são construções que ligadas às memórias se desenha enquanto à realização da vida e inscreve nos hábitos, formas, cores e estilos uma formatação de especificidades identitárias, capaz de produzir em específicas temporalidades, características distintas.

Ao pensar como foram construídos os espaços e sendo desenhados os hábitos, construções, formas e estilos nos variados espaços dessa comunidade requer olhar para os aspectos físicos, temporais, culturais e econômicos dos diversos sujeitos que os formaram, dando a estes suas especificidades e identidades.

Tentar verificar como estes espaços foram sendo diferenciados ao longo do tempo significa entender as identidades ali inscritas. Dessa maneira:

...as representações e identidades sociais influenciam a elaboração das imagens espaciais dos indivíduos. Se considerarmos a sócio-espacialidade das representações veremos que os lugares mudam de atrativo em função daqueles que os ocupam, ou seja, a orientação afetiva dos habitantes de uma cidade ou bairro aparece nas práticas urbanas e está em correspondência com os lugares escolhidos para se estar... (KUHNEM, 2002: 63)


O pertencimento ao espaço se refere aos traços nele desenhados, de forma a estabelecer uma ligação simbólica e emocional num contexto social.

Sobre o pertencer ao local, pode-se dizer que: "A identificação da pessoa com tais aspectos de seu mundo físico começa a aparecer a partir da totalidade de experiências do meio ambiente físico que ela teve durante os seus primeiros anos de formação..." (KUHNEM, 2002: 63)

As lembranças do lugar caracterizam uma identificação pessoal e física e parte de experiências sociais que demarcam uma localidade e onde inscrevem as suas memórias. Além do posicionamento sobre a identificação do espaço enquanto uma formação cultural construída, há os elementos material e imaterial que constituem um legado capaz de manter viva a construção social e cultural de uma comunidade por longos períodos de tempo.

Pode-se dizer que ocorreram mudanças, permanências, incorporações, adaptações e transformações entre outras que de alguma forma preservaram alguns dos seus traços mais resistentes ao tempo e ao espaço e também às transformações advindas de cada época. Esses traços, tanto nos objetos materiais como no imaginário e nos elementos imateriais foram de algum modo preservados com algumas mudanças e estas dentro da própria perspectiva de permanência podem ser consideradas:

Qualquer alteração na cultura, sejam traços, complexos, padrões ou toda uma cultura, o que é mais raro, pode ocorrer com maior ou menor facilidade, dependendo do grau de resistência ou aceitação. O aumento ou diminuição das populações, as migrações, os contatos com povos e culturas diferentes, as inovações tecnológicas, as catástrofes, as depressões econômicas, as descobertas fortuitas, a mudança violenta de governo etc, podem exercer especial influência, levando a alterações significativas na cultura de uma sociedade. (MARCONI, :61)


As culturas material e imaterial se adaptam às configurações temporais e espaciais, não sendo assim, algo estático, mas algo em constante adaptação e remodelação que, pensando sob a perspectiva das diferenças, têm-se:

A enunciação da diferença cultural problematiza a divisão binária de passado e presente, tradição e modernidade, no nível da representação cultural e de sua interpelação legítima. Trata-se do problema de como ao significar o presente, algo vem a ser repetido, relocado e traduzido em nome da tradição, sob a aparência de um passado que não é necessariamente um signo fiel da memória histórica, mas uma estratégia de representação da autoridade em termos de artifício do arcaico. (BHABHA,1998:64-65)


A comunidade descendente de açorianos passou a reconhecer seus traços como diferenciais e necessários para a sobrevivência do passado e também para a própria sobrevivência, em alguns casos, em meio às mudanças percebidas com o crescimento da cidade e de seu entorno. Assim, as identidades passaram a ser diferenciadas pelos seus atos, traços e tradições, que fizeram com que os grupos étnicos fossem aos poucos percebendo suas diferenças e passaram a valorizá-las a partir do momento em que os outros passaram a ressaltar seus respectivos diferenciais.

A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. Ao invés disso, na medida em que os sistemas de significados e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar ao menos temporariamente. ( HALL,2000:13)


A festa, o espaço, os atores sociais envolvidos e a representação cultural pertencente a esse grupo fazem com que o elo entre o passado e o presente se mantenha de alguma forma. Ora modificado, ora transformado, mas com reminiscências capazes de garantir a continuidade dos traços da cultura açoriana, presente nos diversos momentos da vida cotidiana dos habitantes da Vila Carrão, por meio das atividades da Casa dos Açores que, criada com o objetivo de juntar o grupo luso-açoriano e brasileiros luso-descendentes conseguiu de maneira lúdica expressar o sentido de pertencimento ao local e também de pertencimento aos antigos moldes portugueses.

Segundo abordagem de CAMARGO (1998:29), "o desconforto em relação à diversão persiste até os dias atuais em todas as doutrinas religiosas cristãs, tanto católicas como protestantes, pouco à vontade com a sociedade secular e leiga nascida na Idade Contemporânea e com o crescimento do lazer enquanto aspiração coletiva".

Essa questão da religiosidade e da festa enquanto lazer da comunidade parece ser uma conseqüência do intuito da festa, no entanto cabe salientar que as festas religiosas eram consideradas pagãs e, por isso, foram banidas quase completamente.

Na atualidade não se percebe uma preocupação da religião com a questão das festividades, pois, passaram a ocupar um lugar diferente dentro da perspectiva da Igreja. Começou a fazer parte dos rituais religiosos ao utilizar a Igreja como local de coroação das crianças, simbolizando a coroação do Divino.

Pensar a cultura como uma arena de aspectos conflitivos é imergir dentro dos significados do cotidiano desse grupo social, verificando a realidade vivida por cada sujeito, ou pelo menos tentar apreendê-la e compreendê-la, sem esquecer da expressão vinculada às suas memórias, na linguagem, nas festas, na religiosidade e na maneira de viver desta comunidade.

Apreender cultura em movimento, parece ser uma tarefa bastante difícil, pois, tentar visualizá-la e recuperá-la de alguma forma perpassa questões de invisibilidade, conforme descrito por (FLORES,1997:13) "Como recuperar algo que não é estático, que não tem contornos definidos, que não é jamais pronto e acabado? A cultura sem a sua essência apriorística é um processo dinâmico, incessante de construção e reconstrução de invenção e reinvenção."

Nessa abordagem, a própria continuidade dos processos tradicionais, pode ter passado por diversas reconstruções, imersas em um movimento dinâmico, repleto de invenção e reinvenção para chegar ao que se apresenta na atualidade.
 
1 Graduada em Turismo pela PUCCAMP; Especialista em Administração Hoteleira pelo SENACSP; Mestre em Turismo pelo UNIBERO; Mestranda em História pela PUCSP; Professora e Diretora da Faculdade de Turismo da UNISA.