Seu Nilo Reisolar parou de cantarolar à porta da Vila Alba em março do ano passado. Dois anos antes, dona Alba também havia emudecido. Com a morte do casal, que resistiam em modificar a casa em que viveram durante toda a vida, a Vila Alba está prestes a tombar
A Vila Alba já foi casa de praia em décadas passadas. Abrigava um dos braços da família Menezes em Fortaleza, quando os pequenos ainda avistavam de lá o mar do Mucuripe. O aconchego do modesto sítio ilhado no meio do gigantismo dos prédios em volta despertou a atenção da vizinhança durante anos. E não passou despercebido por quem era acostumado a transitar por lá e ouvir a cantoria matinal e diária de seu Nilo Reisolar, o penúltimo morador.
Ele só deixou o lugar quando faleceu, em março do ano passado. Dois anos antes morrera dona Alba Menezes (então com 91 anos), que dava nome à Vila. Homenagem de quem construiu a casa, no início dos anos 20, para a filha caçula. A Vila Alba resistiu enquanto durou a vida de seus proprietários. A casa, número 190 da rua Manoel Jacaré, está prestes a ser destruída. Dará lugar a mais um edifício residencial, como todos os outros em volta.
O casal de velhinhos vivia em uma área de 1.670 metros quadrados protegida apenas pela cerca que envolvia a casa avarandada, em meio a cerca de 20 árvores frutíferas. Pés de ata, manga, coco. Portinholas ainda se encontram nas paredes divisórias dos quartos. Umbelinda Menezes de Freitas Neta, 60, foi a última moradora. Ela calcula que a casa, construída pelo avô João Sabino de Menezes, deve ter cerca de 95 anos.
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