Como forma de combater a desigualdade hídrica e a dificuldade de acesso à água potável em regiões isoladas, um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Ipeci) busca pela presença desse recurso em camadas subterrâneas em cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista. Para compartilhar o trabalho que vem sendo realizado, o pesquisador Oleg Bokhonok realizou, no último dia 18, a palestra “Prospecção de Recursos Hídricos Subterrâneos”, que integrou a série “Seminários do Ipeci”.
Partindo do princípio de que é determinado por lei que todo cidadão brasileiro deve ter acesso à água, o grupo de pesquisadores, formado pelos professores Oleg Bokhonok, Jhonnes Alberto Vaz e Hirochi Yamamura decidiram trazer à região uma alternativa para disponibilizar esse recurso.
PROJETO – Inspirados em um projeto bem-sucedido, realizado no Paraná, os pesquisadores querem implementar a ideia na Baixada Santista a fim de “estimular as autoridades a perfurar o solo”. O trabalho consiste em localizar água doce em camadas subterrâneas da terra através de uma máquina que utiliza GPR (Ground Penetrating Radar), Métodos Geoelétricos e Métodos Sísmicos, para filtrá-la e depois realizar a perfuração do solo.
Parece algo simples, porém, deve-se levar em consideração as diferenças geológicas entre as duas regiões, uma vez que a região da Baixada Santista possui grande quantidade de água salgada na terra. Além disso, há também o custo para que as perfurações em grande escala sejam implementadas. “Se não houver esse método de prospecção, perfuraríamos e correríamos o risco de encontrar água salgada, e lá se vão R$ 30 mil”, exemplificou.
ÁGUA DOCE – Segundo o professor Oleg Bokhonok, outro motivo para a realização dessa pesquisa é a falta de informação de água subterrânea na região. “Precisamos mudar esse cenário”, afirma. Ele ainda informou que em alguns pontos da região foram encontrados indícios da existência de água doce em camadas subterrâneas. Para ele, esse mapeamento pode auxiliar tanto às autoridades para que, em um futuro próximo, utilizem esses dados, que ainda estão sendo coletados, para investir nas perfurações subterrâneas como forma de abastecimento de populações isoladas, além de novas pesquisas.