Estudantes do ensino médio das escolas conveniadas com a UNISANTOS tiveram o reconhecimento institucional das suas pesquisas desenvolvidas no Programa de Iniciação Científica. Após a apresentação dos trabalhos durante a VI Jornada de Iniciação Científica do Ensino Médio, no último dia 20, os jovens que desenvolveram 33 pesquisas participaram de uma cerimônia, no dia 25, que premiou 10 trabalhos pela relevância e pertinência. Os eventos integram a XI Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade.
Da Escola Estadual Marquês de São Vicente, a estudante Vitória Amélia Ferreira Trevisan disse que o Programa de Iniciação Científica é uma oportunidade importantíssima para os jovens. Desenvolvendo a pesquisa “Mapeamento fonético-acústico de vogais: um estudo de caso da fala de L”, sob a orientação da professora doutora Graziela Pigatto Bohn, a aluna comentou que essa conquista foi extremamente importante. “Foi uma surpresa esse prêmio, mas ao mesmo tempo extremamente gratificante por tudo que realizei e aprendi aqui”.
“Viabilidade de utilização de métodos geofísicos para caracterização de Aquífero Pré-Cambriano (Cristalino) na Região Metropolitana da Baixada Santista”, sob a orientação do professor doutor Oleg Bokhonok, foi o trabalho de Guilherme de Moraes Ramiro, do Colégio Objetivo Ponta da Praia. Ele ressaltou que receber esse retorno positivo da instituição depois de tanto trabalho e esforço é extremamente satisfatório. “Este projeto me trouxe um grande amadurecimento, e tenho certeza que abrirá muitas outras portas na minha carreira”, ressaltou.
A estudante Emily da Costa Nascimento Brandão, da Escola Estadual Olga Cury, contou que a vontade de adquirir novos conhecimentos foi dos fatores que a trouxe para a UNISANTOS. Com o trabalho “O uso do ‘tu’ em posição pós-verbal na Baixada Santista: aspectos discursivos”, sob orientação da professora doutora Graziela Pigatto Bohn, ela disse que o Programa de Iniciação Científica superou todas as suas expectativas “Foi incrível, aprendi muito, foi como se o horizonte se abrisse e eu pudesse ver o mundo além do que eu via antes”.
CONHECIMENTO – Para a estudante Ana Sofia Vilas Boas Simões, do Liceu Santista, a pesquisa “O papel ecológico da coloração das cores das asas dos insetos”, sob a orientação do professor doutor Ronaldo Francini Bastos, proporcionou um conhecimento que levará por toda a vida. “Adquiri conhecimento e responsabilidade como jamais julguei ser possível, sempre com um cuidado especial para garantir que todas as tarefas fossem estabelecidas por meio de um diálogo”, destacou.
Do Colégio Presidente Kennedy, Laís Eugênio Lobue dos Santos disse que a iniciação científica é uma experiência única na vida de todo o estudante. Ao ver o seu trabalho entre os 10 destacados, disse que “é gratificante receber esse feedback da Universidade. Mesmo com uma rotina mais puxada, isso se torna um diferencial que ajudou na minha escolha profissional”. Ela desenvolveu a pesquisa “Argentina, Brasil e a Organização das Nações Unidas: Encontros e Desencontros (2011-2018)”, sob a orientação do professor doutor Daniel Rei Coronatto.
O Programa de Iniciação Científica para o Ensino Médio integra o Programa de Educação Científica desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Ipeci). Nele, os estudantes contam com bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) para o ensino médio, vinculado ao CNPq.
Além dos trabalhos já mencionados, foram premiadas as seguintes pesquisas:
- “Extração de inibidores verdes de folhas de chás para corrosão de ferro, níquel e cobre”, de Alanis Rodrigues de França (ETEC Aristóteles Ferreira), sob a orientação do professor doutor Maurício Marques Pinto da Silva.
- “Biofilmes obtidos a partir de matérias primas de origem vegetal e sua utilização na conservação de alimentos: uma busca pelo desenvolvimento sustentável”, Julia Santi Lombardi (Colégio Presidente Kennedy), sob orientação do professor mestre Marco Antonio Cismeiro Bumba.
- “Argentina, Brasil e a Organização das Nações Unidas: Encontros e Desencontros (2003-2010)”, de Laís Meira Ruivo (Liceu Santista), sob a orientação do professor doutor Daniel Rei Coronato.
Julia Lombardi durante apresentação da pesquisa
- “Refúgio e Arte: retratos nas artes visuais (Fotografia)”, de Larissa Cavalcanti do Souza Rodrigues (Colégio Presidente Kennedy), sob a orientação professora doutora Liliana Lyra Jubilut.
- “A criação da ONU Mulheres: história e desafios”, de Mariana Prado Pires de Oliveira (Liceu Santista), sob a orientação da professora mestre Melissa Mendes Caputo Vicente.
PALESTRA – Antecedendo a premiação, a coordenadora nacional da Olímpiada Brasileira de Biologia e pesquisadora científica do Instituto Butantan, a professora doutora Sonia Aparecida de Andrade Chudzinski realizou a palestra “Iniciação Científica: pesquisar e inovar para desenvolver”. Ela destacou a infância como o período de descobertas, enfatizando que todos nascem cientistas, engenheiros, tecnologistas e jogadores, mas como o tempo a curiosidade vai sendo silenciada. E acrescentou que a escola muitas vezes não tem condições de dar todas as respostas, por isso é preciso colocar em prática o aprendizado e ir além da sala de aula.
Doutora em Ciências Biológicas, Sonia Aparecida também explicou que a ciência está embutida em tudo, principalmente na comunicação, que melhorou muito graças à ciência, tecnologia e inovação, mas ressaltou que não é só o laboratório que traz respostas. “Aprendi com um grande pesquisador que sempre devemos estar com o paraquedas aberto. Estar livre a perguntas, respostas e críticas. Estamos aqui só para direcionar o paraquedas para não ir muito para esquerda e nem muito para a direita”, concluiu.
