“A educação não pode ser qualificada por parâmetros empresariais baseados na concorrência, cultivando princípios neoliberais”. Esta é uma das reflexões que constam no novo dossiê da Revista Pesquiseduca, que foi lançado no dia 24 de maio. Com o selo da Editora Universitária Leopoldianum, a publicação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da UNISANTOS, que tem como tema central a “Privatização e mercantilização da Educação Brasileira – da denúncia à resistência”, apresenta 11 artigos e uma entrevista de autoria de pesquisadores de nove grupos de pesquisa certificados e registrados na base de dados do Diretório de Pesquisas do CNPq.
O dossiê foi organizado pelas professoras doutoras Maria Isabel de Almeida, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da UNISANTOS, Claudia Dourado de Salces, da Rede Municipal de Ensino de Valinhos/SP, e Renata Nassralla Kassis, da Universidade Federal de São Paulo. Na apresentação, as organizadoras explicam que o objetivo para compor a publicação foi a busca de olhares de pesquisadores dos campos da pedagogia, da economia, da política, da sociologia, entre outros, sobre os processos de mercantilização e privatização da educação brasileira. “Nosso ponto de partida foi o pressuposto de que o processo de mercantilização e privatização serve a um projeto político-ideológico empresarial, expressão do capitalismo neoliberal, que se destina a reduzir o direito social à educação a mero serviço mercadorizado”, destacaram.
ARTIGOS – A publicação está dividida em duas partes. Na primeira, com a temática “Os impactos das políticas de privatização e mercantilização da educação brasileira”, constam os seguintes artigos: A financeirização da educação brasileira e seus impactos (Ladislau Dowbor e Beatriz de Azevedo Blandy; O domínio do capital aberto na educação brasileira: o projeto ultraliberal da educação (Madalena Guasco Peixoto); Privatização e mercantilização na educação infantil: diálogos sobre a oferta nas redes pública e privada (Valdete Côco e André da Silva Mello); Privatização da educação no Estado da Paraíba: uma análise das políticas no contexto da NGP (Sergio Andrade de Moura e Dalila Andrade Oliveira).
Na segunda parte, com a temática “Desdobramentos das políticas públicas neoliberais no campo da educação”, constam os seguintes artigos: Reverberações das políticas neoliberais na educação e a necessária busca de outros caminhos (Maria Isabel de Almeida, Claudia Dourado de Salces e Renata Nassralla Kassis); Formação e trabalho docente sob a lógica da BNCC: a dissolução do sentido da educação escolar? (Marijane Zanotto e Marise Ramos); Ecos da necropolítica neoliberal sobre o currículo na Educação Básica e na Educação Superior (Cristina d’Ávila e Edmea Santos); Sob nova direção: trabalho docente e privatização (Carolina Catini e João Francisco Migliari Branco); Carreiras Docentes, Neoliberalismo e a Nova Gestão Pública na América Latina (Víctor Manuel Figueroa Farfán e Júlio Emílio Diniz-Pereira); A ciência no contexto neoliberal brasileiro (Everton Henrique Eleutério Fargoni, João dos Reis Silva Júnior e Afrânio Mendes Catani); Do Humanismo Crítico ao Neoliberalismo Pedagógico: caminhos de resistência (Maria Amélia do Rosário Santoro Franco e Guadalupe Corrêa Mota).
A obra também conta com a entrevista Trabalho e trabalho docente sob a égide do neoliberalismo – entrevista com Ricardo Antunes (Alda Roberta Torres, Claudia Dourado de Salces, Maria Isabel de Almeida e Renata Nassralla Kassis).
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