Representantes da UNISANTOS, da Prefeitura Municipal de Guarujá e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram reunidos, na quarta-feira (16), na Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande para acompanhar a etapa final do trabalho de restauro e ampliação do atracadouro e a adequação do caminho principal ao monumento, além da recuperação da murada do Fortim do Góes, como fase preliminar de todas intervenções visando a acessibilidade total.
A reunião também permitiu que os especialistas na área do patrimônio cultural finalizassem os detalhes para a segunda etapa do projeto que prevê a construção de um elevador e rampas de acesso para ampliar a acessibilidade às pessoas com deficiência física ou dificuldade de locomoção. A viabilidade para execução das obras só está sendo possível por conta de recursos adquiridos por meio do Ministério Público Federal.
Arquiteto do Iphan, Vitor Hugo Mori ressaltou que o trabalho preliminar foi muito bem executado e que o desafio agora será a construção dos dois acessos para pessoas com deficiência física. “O primeiro, que será por um sistema elevatório, na entrada principal, levará o visitante com dificuldade de locomoção à plataforma de armas inferior, sendo que a partir daí ele consegue acessar os outros níveis. O segundo é por meio de um elevador que será construído em uma área atrás da capela e que possibilitará que um cadeirante acesse um jogo de rampas que permite visitar a capela, a primeira plataforma de armas superior, além da plataforma inferior”, explicou.
Participaram da reunião, o arquiteto Vitor Hugo Mori; o reitor, professor mestre Marcos Medina Leite; o consultor na área do patrimônio cultural, o arquiteto Jaime Gomes Calixto dos Santos Júnior; o promotor Daury de Paula Júnior; a pró-reitora administrativa Mariangela Mendes Lomba Pinho; o pró-reitor de Pastoral Cláudio Scherer da Silva; Diretora do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Ipeci), professora doutora Adriana Florentino de Souza; e diretor do Centro de Ciências Exatas, Arquitetura e Engenharia, professor doutor Cléber Ferrão Corrêa; o assessor de Relações Institucionais da UniSantos, professor doutor Cesar Bargo Perez; a diretora de Patrimônio Histórico-Cultural e Arquitetônico, da Secretaria Municipal de Cultura de Guarujá, Andréia Feijó; Coronel Élcio Rogério Secomandi, professor emérito da UNISANTOS; além de docentes da UNISANTOS e funcionários da Prefeitura de Guarujá.
PATRIMÔNIO MUNDIAL – Uma das responsáveis pela recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, a Universidade Católica de Santos tem atuado no sentido de preservar e valorizar as fortificações coloniais do Brasil. Dentre as ações, em 17 de junho de 2016, a UNISANTOS e o International Scientific Committee on Fortifications and Military Heritage (Icofort) assinaram termo de cooperação técnico-científico.
Além disso, a UNISANTOS faz parte de um Comitê Técnico, criado pelo IPHAN, que trabalha para que a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, de Guarujá, e o Forte São João, de Bertioga, recebam o título de Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
FORTALEZA DA BARRA GRANDE – Erguida em 1584, durante o reinado de Felipe II da Espanha e I de Portugal, a Fortaleza de Santo amaro da Barra Grande passou por diversas reformas que lhe deram maior capacidade bélica. Seu último tiro foi disparado em 20 de setembro de 1893, durante a Revolta da Armada. Seu desarmamento foi determinado em 6 de abril de 1905. Sede do Círculo Militar de Santos, foi tombada em 1967 e entregue ao antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A Sociedade Amigos da Marinha também ocupou o monumento. Após a sua desocupação, na década de 70, começava a fase de decadência. Abandonada, o maior conjunto arquitetônico militar do Estado de São Paulo deteriorou-se rapidamente. Em 1991, a Fortaleza da Barra ressurge como protagonista de uma nova história, por conta da iniciativa da UNISANTOS na formação da Comissão de Trabalho/Fortaleza, que reunia representantes de instituições públicas e privadas, com o objetivo de recuperar o monumento quinhentista.
A partir daí, começaram a surgir os efeitos positivos da iniciativa da UNISANTOS, que, desde 1984, desenvolvia projetos comunitários, com foco na inserção social, em Santa Cruz dos Navegantes, bairro vizinho ao monumento. A assinatura de um protocolo de intenções, em 1993, entre a UNISANTOS, a Prefeitura Municipal de Guarujá e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), selou o compromisso para as ações necessárias de restauro e preservação. Uma série de projetos, estudos, pesquisas, atividades de lazer, turismo e educação foram realizadas. A conscientização de sua importância e a sua recuperação foram inevitáveis e o monumento ressurgiu, passando a ocupar o cotidiano não só da comunidade vizinha, mas de toda Região Metropolitana da Baixada Santista.
