“10 anos de amor e dedicação ao cinema”. Este é o tema do Santos Film Fest – Festival de Cinema de Santos, que tem início hoje, às 19h30, no Cine Roxy 5, e prossegue até o dia 26. Parceira da iniciativa, a UNISANTOS foi palco do lançamento do evento, no último dia 6, e da exposição de cartazes que contou a trajetória do evento. A instituição também é um dos locais de exibição dos filmes e o coordenador do curso de Cinema, professor Wanderley Augusto Rodrigues Camargo, um dos homenageados.
A programação na UNISANTOS será amanhã (19), às 18 horas, com a exibição do filme “Meu Nome é Gal”, seguida de bate-papo com a diretora do filme, Dandara Ferreira. Na quinta-feira, às 10 horas, haverá uma palestra como Aline Pereira, editora de plataforma do portal “Adoro Cinema”.
Criador e coordenador do Santos Film Fest, André Azenha, que é docente da UNISANTOS, ressalta que esta edição comemorativa pelos 10 anos será marcante, pois foi especialmente preparada para isso, com apoio da Lei Paulo Gustavo. “A estrutura está ainda melhor esse ano, com maior diversidade de programação, atividades formativas, sessões azuis que fornecem estrutura diferenciada para PcD, autistas e outras síndromes, ou seja, se adaptando a cada singularidade”, diz.
PARCERIA – Azenha conta que um dos objetivos do Festival é contribuir com a indústria cinematográfica em Santos e, para isso, o evento busca cativar os públicos com animações nacionais, impulsionando os cineastas, mas ainda falta estrutura para a produção de longas metragens em Santos.
Ele lembra que os investimentos da UNISANTOS com a criação do Centro de Tecnologia e Inovação em Artes, Design e Audiovisual será um grande impulso para o cinema regional, uma vez que o estudante de Cinema precisa de uma infraestrutura diferenciada. “A UNISANTOS fez esse investimento com aparelhos de última geração para que o aluno possa pôr a mão na massa. Isso é fundamental”, destaca Azenha, lembrando que a parceria da instituição com o Santos Film Fest renderá bons frutos, com mais pessoas se envolvendo e “expandindo as mentes” para este mercado.
PÚBLICO – O professor Azenha afirma que Santos possui uma população cinéfila, porém isto está ligado a uma ‘elite cultural’. “Por isso, o intuito do festival é furar a bolha e descentralizar o público que assiste cinema, de modo que todas as regiões possam ter acesso a esta arte. Acredito que estamos conseguindo furar a bolha, principalmente por nosso intenso trabalho com as formações de plateia. Muitas pessoas ainda não têm acesso ao cinema. Estamos na cidade com a maior favela de palafitas do Brasil, por isso queremos levar o cinema para todos os bairros”, considera.
Para que o mercado possa crescer, Azenha afirma que é necessário investimentos. “É preciso criar cinemas públicos, fazer parcerias, lugares para exibir filmes nacionais e eventos que dialoguem com o público. Já vi salas de cinema vazias, pois o que exibiam não era interessante para uma criança. Por isso, exibimos animações nacionais, fazemos parceria com a turma da Mônica, e depois um longa de animação para a criança ficar com a família. Criamos a experiência, damos pipoca e exibimos algo interessante. O cinema é costume, é gosto, então tem que ser bem feito para atrair e não espantar”, enfatiza.
10 ANOS – Sobre os dez anos do Festival, André Azenha afirma que o balanço da primeira edição até a atual é extremamente positivo. ”No primeiro ano não tínhamos nada, fizemos o festival em cinco dias com algumas parcerias, e já repercutiu na época, com cobertura da televisão. No segundo ano, já entrou para o calendário oficial, e tivemos apoio da Prefeitura. Hoje, 10 anos depois, estamos ocupando 15 espaços da cidade e exibindo mais de 70 filmes. O festival cresceu muito e ganhou prestígio, porque é feito com muito carinho”, celebrou o professor.
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