FAKE NEWS- Covid-19 tem contribuído para propagação de notícias falsas e exige atenção para não cair em armadilhas

Em tempos de pandemia da Covid-19, a ansiedade em se proteger e ao mesmo tempo propagar o maior número de informações têm contribuído para que muitas pessoas caiam em armadilhas das Fake News. Por conta disso, a checagem dos fatos e uma postura adequada nas redes sociais se tornaram ainda mais importantes no combate às notícias falsas, para evitar o pânico e estresse na população.

 

No último domingo (3), o Fantástico divulgou pesquisa da Avaaz (rede para mobilização social global por meio da internet), realizada entre 9 e 15 de abril, com 2001 pessoas, de 18 a 65 anos. Os resultados indicaram que 73% dos brasileiros acreditam em notícias falsas sobre coronavírus. Os dados revelaram que nove entre dez brasileiros já receberam pelo menos um conteúdo falso ou desinformação sobre a pandemia. O estudo também foi realizado nos Estados Unidos e na Itália. Os brasileiros são os que mais acreditam em notícias falsas.

 

Além de combater a pandemia, o Ministério da Saúde também entrou na luta contra as Fake News. Para isso, disponibilizou o número de WhatsApp (61)99289-4640 para envio de mensagens. No site do Ministério há um alerta de que o canal não é um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou para tirar dúvidas. O canal de comunicação é para que qualquer cidadão envie mensagem com imagens ou textos que recebeu pelas redes sociais, para confirmar se a informação é verdadeira ou não.

 

CREDIBILIDADEMestre em Comunicação, a docente do curso de Relações Públicas, Isys Helfenstein Remião explica que o impacto das notícias falsas acontece em todos os níveis, porque as informações falsas ou distorcidas ganham, muitas vezes, uma visibilidade maior do que as correções apuradas pelos veículos de comunicação e empresas que expressam seu posicionamento.  Ela ressalta que é preciso evitar a desinformação e que a conduta deve ser sempre a mesma. “As pessoas precisam checar as informações, a fonte e se a notícia foi publicada em mais de um veículo de comunicação”.

 

A professora destaca que as Fake News afetam pessoas e organizações. Como relações-públicas explica que uma das formas para não prejudicar a imagem institucional é elaborar estratégias de reputação e credibilidade. “Existe uma série de estratégias a serem adotadas. Uma delas é educar os públicos para que eles saibam o que é Fake News e assim não compartilhem uma informação sem a devida checagem. É importante que a empresa tenha canais abertos para esclarecer qualquer informação”.

 

HISTÓRIA- Doutor em História e Cultura Social, o professor César Agenor Fernandes da Silva comenta que as Fake News não são um fenômeno recente como muitas pessoas imaginam.  Ele explica que a mudança ocorrida é na forma acelerada como elas se propagam na atualidade, a capacidade que qualquer pessoa tem em transmitir e retransmitir rapidamente, por meio das tecnologias digitais.

 

Docente dos cursos de História, de Comunicação e de Relações Internacionais,  ele ressalta que do ponto de vista histórico as fake News são gravíssimas, pois abrem espaço para os revisionismos. “Elas são perigosas porque podem criar versões do passado que passam muito longe de uma produção técnica, acadêmica e científica do que é a história”.

 

O professor ainda afirma que uma das adversárias das notícias falsas é a educação e que um dos seus papeis é contribuir e estender o seu conhecimento para toda a sociedade. “Um dos nossos deveres como universidade é vacinar as pessoas contra as Fake News. Devemos propagar conhecimento científico e tentar ensinar a sociedade como ler e contestar essas informações”, enfatiza.

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