A palestra intitulada “Erros na administração de medicamentos”, realizada ontem (8), no Campus Dom Idílio José Soares, deu início a um ciclo organizado por alunos e professores do CIM – Centro de Informação sobre Medicamentos da UNISANTOS. O evento reuniu acadêmicos e abriu as portas da Universidade para a comunidade no intuito de orientar e conscientizar sobre a importância de se ter alguns cuidados na hora de tomar um medicamento.
Erros como quebrar ou amassar remédio, tomá-lo com leite ou água e a automedicação foram pontuados de forma didática pela aluna do 7°, semestre do curso de Farmácia, Nathalia Barsotti, destacando que os descuidos na hora de se administrar produtos farmacêuticos podem fazer o efeito contrário. “Antibiótico é usado no tratamento, às vezes, de uma gripe. É errado, uma vez que o antibiótico tem uma ação antibacteriana, e gripe é viral. Isto pode prejudicar a resistência do organismo”, explica a estudante.
O simples fato de ingerir o medicamento com leite ou errar o horário de administração pode influenciar, também, na eficácia terapêutica. Segundo ela, o leite tem ação `quelante´,, o que tende a diminuir a absorção do medicamento pelo organismo. “O mais aconselhável é que se tome com água, que parece ser o mais neutro dos líquidos. Não tomar no horário também é um grave erro porque os medicamentos têm tempo certo para ser absorvido, agir e ser excretado. Estudos em laboratórios comprovam isto”, explica Nathalia.
Ela falou inclusive de um dos maiores erros, o qual considerou ser muito próprio do “jeitinho brasileiro” que é partir o comprimido pela metade. “Apesar de algumas indústrias lançarem produtos com sulcos (fendas), cortar o comprimido ao meio é um erro. Já que ao fazer isto o produto, que é poroso por dentro, sempre se despedaça perdendo parte da concentração do medicamento. Sem contar que a outra metade ficará exposta a sujeiras com o armazenamento incorreto”.
A ação serviu inclusive para atentar os novos profissionais de seu papel perante a sociedade. Segundo o responsável pelo CIM, o professor doutor Paulo Ângelo Lorandi, a intenção de envolver os futuros profissionais em iniciativas como esta e para que possam, ainda na carreira acadêmica, mudarem o foco da profissão. “O aluno tem que sair para o mercado com um novo papel, não mais como farmacêutico de balcão ou laboratório, preocupado em vender medicamentos. Tem que sair com o papel de educador em saúde”.